O Ministério da Saúde autorizou, nesta sexta-feira (12), a consulta pública do estudo sobre tratamento de Covid-19, analisado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec). O documento foi assinado pelo secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto.
O documento traz orientações contra o uso da cloroquina, azitromicina, ivermectina e outros medicamentos sem eficácia no tratamento da Covid-19 em pacientes hospitalizados por causa da doença.
“Alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimab não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população”, aponta o documento.
A consulta pública ficará disponível por dez dias e poderá ser realizada por qualquer pessoa física na página da Conitec. Depois, a comissão se reúne novamente, avalia as contribuições e fecha as diretrizes. O documento final será enviado para a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, que vai definir se o kit será ou não incorporado ao SUS.
Votação sem a Anvisa
Em outubro, o colegiado da Conitec se reuniu para votar as orientações sobre o tratamento de pacientes de Covid-19. A votação ficou empatada: 6 a 6, sem a participação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que votaria contra o kit Covid e poderia ter desempatado o placar.
Na época, a agência esclareceu que não teve a oportunidade de votar porque o seu representante, o gerente geral de Medicamentos Gustavo Mendes, que acompanhava a votação de modo remoto, precisou de ausentar por algumas horas para pegar um voo. Durante esse intervalo, a votação foi feita.
“Até a hora, em que o membro da Anvisa saiu da reunião, não havia sido definido o horário da votação do relatório”, disse a Anvisa em nota. “Ao chegar em Brasília às 14h20, o representante entrou na plataforma da reunião e percebeu que esta havia sido finalizada e que o relatório com diretrizes do tratamento ambulatorial da Covid-19 já havia sido votado”, esclareceu a Anvisa.