Tor4Beer
Zito Gás

PUBLICIDADE

COP

Mortes causadas por policiais têm aumento de 340% em MS

Por Redação

Em 5 de dezembro de 2023

Estado também registrou a sexta maior taxa de mortos pela polícia em relação a crimes violentos – GERSON OLIVEIRA

Mortes causadas por policiais em Mato Grosso do Sul tiveram aumento de 340% entre o primeiro semestre de 2022 e o deste ano. Os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública indicam que o Estado registrou a maior taxa de variação entre os dois períodos no Brasil. Além disso, MS teve aumento de 27% na letalidade policial em crimes violentos, como latrocínios e homicídios dolosos.

De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), um dos motivos para o alto índice de mortes causadas por policiais é a fronteira seca de MS com o Paraguai e com a Bolívia.

“O que o torna inevitavelmente um corredor para o tráfico de drogas e armas, o que requer uma atuação mais enérgica e efetiva das forças policiais”, argumenta em nota.

A secretaria ainda pontua que as forças policiais estaduais agem no estrito cumprimento do dever legal quanto ao uso de armas em ações de policiamento.

“Confrontos que resultam em óbitos são decorrentes de injusta agressão contra o/a agente que na ocorrência representa o Estado”, explica a Sejusp.

Segundo dados da Pasta, o aumento de ocorrência de mortes por intervenção de agentes estaduais no período de janeiro a novembro de 2022 e deste ano foi de 134%. O total de ocorrências em 2022 foi de 41 casos, enquanto neste ano já foram notificadas 96 mortes.

No ano passado, as estatísticas mensais revelaram uma variação notável nos registros de mortes por intervenção policial. Janeiro daquele ano começou com quatro casos, seguido por uma queda em fevereiro, para apenas um. Março viu um aumento para dois casos, mas abril surpreendeu com zero ocorrências. No entanto, a partir de maio, os números começaram a subir novamente, atingindo o pico
de sete mortes em novembro.

Este ano, infelizmente, mostrou uma tendência ainda mais alarmante. Janeiro começou com oito casos, mais que o dobro do mesmo período de 2022. Fevereiro testemunhou um aumento drástico, registrando 14 mortes por intervenção policial.

Já março, maio e junho mantiveram-se em níveis relativamente estáveis, mas abril e julho viram aumentos para 12 e 13 casos, respectivamente. Os dados de novembro indicaram 13 mortes, continuando a trajetória ascendente.

ÚLTIMO CASO

Um confronto entre dois homens, de 20 e 28 anos, e a Polícia Militar (PM) resultou em mortes no dia 1º, contribuindo para o aumento das estatísticas de fatalidades durante ações das forças de segurança.
As circunstâncias das mortes mais recentes, ocorridas por intervenção policial em Chapadão do Sul, foram esclarecidas pelos responsáveis pela investigação do crime. Conforme informações preliminares, a dupla não acatou a ordem de parada durante a abordagem dos agentes.

Em um momento, um dos suspeitos fez menção de sacar uma arma, resultando em uma resposta imediata por parte dos policiais, conforme relatado pela própria corporação.

Os dois homens foram atingidos por disparos efetuados pelos agentes. Posteriormente, equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas e transportaram as vítimas para o Hospital Municipal de Chapadão do Sul, onde as mortes foram oficialmente constatadas. Ambos os suspeitos estavam armados durante o ocorrido.

A identificação dos mortos ainda não foi realizada, mas a perícia técnica esteve no local do confronto para coletar evidências. A Polícia Civil é a encarregada da investigação, enquanto um inquérito policial da PM foi aberto para apurar a ocorrência.

MONITORAMENTO

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado em junho, o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, afirmou que tanto a PM quanto a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul teriam câmeras nas fardas a partir do momento em que a Polícia Rodoviária Federal
e a Polícia Federal também implantassem o equipamento.

O objetivo visava uma padronização dos agentes e das corporações, a nível estadual e federal. “Nós vamos colocar [as câmeras] nos nossos policiais o dia em que a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal colocarem também, porque daí terá uma padronização”, detalhou Videira à época.

“O policial rodoviário federal deve usar a mesma câmera que o policial rodoviário estadual. O policial civil deverá usar a mesma câmera de um policial federal. Não adianta Mato Grosso do Sul ter um sistema e Mato Grosso e Goiás ter outro”, disse.

No entanto, no mês passado, o governador do Estado, Eduardo Riedel, afirmou que a implantação de câmeras não é uma prioridade para a sua gestão.

“A nossa polícia é uma das melhores do Brasil, [isso] não dito por mim, [mas] dito por todos os indicadores dos anuários que demonstram a sua atuação em uma condição muito particular”, comentou.
Um dos motivos que Riedel fez a indicação de que não pretendia utilizar o equipamento nas fardas policiais do Estado é o alto custo.

Ainda em entrevista anterior ao Correio do Estado, Videira estimou que o gasto mensal com cada câmera seria em torno de R$ 4,5 mil. “Talvez a gente vai gastar mais com o aluguel de um software desse do que com o combustível em um mês na viatura”, apontou.

SAIBA

Mato Grosso do Sul tem 436, 9 km de extensão de fronteira seca com o Paraguai, ou seja, delimitada artificialmente por meio de marcos de concreto fixados a cada 900 metros. Já com a Bolívia, o Estado tem uma fronteira seca de 266,6 km de extensão com o país vizinho.

Fonte: Correio do Estado

Deixe seu comentário...
Notícias de Coxim e Mato Grosso do Sul. PROIBIDA A REPRODUÇÃO sem autorização. JORNAL COXIM AGORA LTDA. CNPJ: 40.892.138/0001-67 – Últimas notícias de Coxim, Sonora, Pedro Gomes, Alcinópolis, Rio Verde de MT (MS), Costa Rica, Camapuã, São Gabriel do Oeste e Figueirão.
Crédito: Coxim Agora.