Um diploma para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças foi hoje aprovado pelo parlamento do Chile, tornando-o mais próximo da aprovação final, após a aprovação no Senado.
Deputados conservadores do país latino-americano travaram uma batalha de última hora contra a legislação, com o argumento de que “o papel do casamento não é regulamentar uma relação, é apenas proteger a preservação da espécie como princípio básico”, como declarou o congressista Diego Schalper.
Mas, do lado oposto, o deputado Pepe Auth sustentou que “o casamento é um contrato civil” e que “é uma questão de liberdade, não de religião”.
Enquanto os parlamentares debatiam nas respectivas câmaras, na cidade portuária de Valparaíso, apoiantes da medida concentraram-se na capital, Santiago do Chile, e estenderam uma gigantesca bandeira com o arco-íris do movimento LGBTQ (Lésbicas, ‘Gays’, Bissexuais, Transsexuais e ‘Queer’).
O Chile aceitou em 2015 as uniões de fato entre pessoas do mesmo sexo, mas a medida não incluía uma disposição sobre a adoção. Alguns casais do mesmo sexo anularam as suas uniões de fato e adotaram crianças como pais solteiros para contornar o problema.
A proposta de lei sobre o casamento homossexual esteve retida no Senado durante cerca de quatro anos, até o Presidente conservador surpreender muitos ao anunciar que iria defender a aprovação da medida, afirmando: “Penso que está na altura de haver igualdade no casamento no nosso país”.