O presidente do México disse nesta segunda-feira que seu país é mais seguro que os Estados Unidos, rebatendo as críticas norte-americanas a seu histórico de segurança após um sequestro perto da fronteira este mês que custou a vida de dois cidadãos norte-americanos.
O ataque seguido de sequestro a quatro norte-americanos na cidade mexicana de Matamoros foi coberto de perto pela imprensa, gerando recriminações de políticos dos EUA, principalmente republicanos.
Quando as autoridades mexicanas encontraram os americanos, dois deles estavam mortos. Cinco supostos membros do cartel de drogas mexicano já foram presos pelo sequestro.
O presidente mexicano, Andrés Manuel Lopez Obrador, que ameaçou exortar os mexicanos-americanos a não votarem em candidatos republicanos se eles continuarem com suas críticas, rejeitou os alertas de segurança oficiais dos EUA que descrevem grande parte do México como um lugar arriscado para se visitar.
“O México é mais seguro do que os Estados Unidos”, disse ele a repórteres, quando questionado sobre os alertas em uma coletiva de imprensa. “Não há problema em viajar com segurança pelo México.”
Lopez Obrador disse que turistas norte-americanos e mexicanos que moram nos EUA estão cientes de como o país é seguro e apontou para um aumento recente de norte-americanos residentes no México. No ano passado, houve um salto acentuado no número de turistas dos EUA vindo para o México.
Ele culpou uma campanha “anti-México” de políticos conservadores dos EUA por relatórios negativos sobre segurança.
A embaixada dos EUA no México não respondeu a um pedido de comentário sobre a fala do presidente.
Com 28 para cada 100 mil pessoas, a taxa de homicídios no México foi cerca de quatro vezes maior do que nos Estados Unidos em 2020, segundo dados publicados pelo Banco Mundial.
Os homicídios caíram cerca de 7% no ano passado no país latino-americano, mas o atual governo está a caminho de registrar recorde no total considerando qualquer governo de seis anos.
(Reportagem adicional de Isabel Woodford e Lizbeth Diaz na Cidade do México e Julia Harte em Nova York)