Boris Johnson anunciou nesta quinta-feira sua renúncia do cargo de primeiro-ministro do Reino Unido, curvando-se aos pedidos de colegas ministros e parlamentares de seu Partido Conservador.
“O processo de escolha do novo líder deve começar agora”, disse Johnson à porta do número 10 da Downing Street. “E hoje eu nomeei um gabinete, como farei, até que um novo líder esteja no cargo.”
Após dias de luta por seu cargo, Johnson foi abandonado por todos, exceto por um punhado de aliados, após o último de uma série de escândalos que quebrou a vontade de correligionários de apoiá-lo. “Sua renúncia era inevitável”, disse no Twitter Justin Tomlinson, vice-presidente do Partido Conservador. “Como partido, devemos nos unir rapidamente e nos concentrar no que importa. Estes são tempos graves em muitas frentes.”
O apoio a Johnson evaporou durante uma das 24 horas mais turbulentas da história política britânica recente, sintetizada pelo ministro das finanças, Nadhim Zahawi, nomeado para o cargo na terça-feira, pedindo pela saída do premiê. Zahawi e outros ministros do gabinete foram para Downing Street na quarta-feira à noite, junto com um representante de alto escalão dos parlamentares da sigla que não estão no governo, para dizer a Johnson que o jogo havia acabado.
Inicialmente, Johnson se recusou a deixar o cargo e pareceu pronto para resistir, demitindo Michael Gove –um membro de sua equipe ministerial de alto escalão que foi um dos primeiros a dizer-lhe que precisava renunciar– em uma tentativa de reafirmar sua autoridade. Mas na manhã desta quinta-feira, quando uma série de demissões chegou, ficou claro que a posição de Johnson era insustentável.
“Isto não é sustentável e só vai piorar: para você, para o Partido Conservador e o mais importante, para todo o país”, disse Zahawi no Twitter. “Você deve fazer a coisa certa e ir agora.” Alguns dos que permaneceram no cargo, incluindo o ministro da Defesa, Ben Wallace, disseram que só o estavam fazendo porque tinham a obrigação de manter o país seguro.