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Seca severa: Pescadores salvam mais de 300 peixes sufocados em lamaçal no Rio Paraguai

Por Redação

Em 13 de setembro de 2024

Pescadores salvam peixes que agonizavam se ar em lamaçal no Rio Paraguai. — Foto: Reprodução

Pescadores salvaram mais de 300 peixes que estavam presos em um lamaçal no rio Paraguai nessa quinta-feira (12). Eles usaram baldes e criaram uma espécie de valeta para que os peixes nadassem até uma parte mais funda do rio, que enfrenta seca severa e está quatro metros abaixo da média para o período.

Um dos pescadores que aparece no vídeo é Dinho Barreiro, de 46 anos. Ele e alguns amigos pescavam na região da ilha de San Alberto, no Paraguai, região ao lado de Porto Murtinho (MS), quando encontraram os peixes na lama e fizeram o resgate. Segundo eles, os peixes eram da espécie pintado. Parte dos animais morreu.

Segundo o último relatório do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), o nível do Rio Paraguai está em 89 centímetros, em Porto Murtinho. O nível normal para esta época do ano seria de 4,92 metros.

Conforme Barreiro, pescadores avistaram centenas de peixes mortos e outros sufocados em uma baía seca, do rio Paraguai. Logo em seguida, o grupo acionou a Polícia Militar Ambiental (PMA), que não pôde atender a ocorrência. Em nota, a PMA disse não ter atendido o caso, porque a ocorrência se deu em território paraguaio. O grupo resolveu, então, realizar sozinho o resgate dos peixes.

“Fomos por conta própria, nós viemos, chegamos lá e fizemos esse mutirão. Tinha muito peixe morto, deu dó. Nós fizemos o que deu para fazer, fizemos por conta própria, mas ajudamos.”, relata o pescador.

Ainda conforme o pescador, um canal de água foi aberto para facilitar a passagem dos peixes e alguns foram recolhidos com baldes e jogados no rio.

“A primeira equipe que chegou lá, resgatou mais de 200 pintados e cachara. Já a segunda equipe, resgatou mais de 100. Nós contamos, porque cada balde que nós jogávamos, devolvíamos no Rio, eram oito a dez peixes em cada”, explica Bareiro.

De acordo com a PMA, as equipes não puderam atender a ocorrência, por se tratar de um território internacional. Já em Mato Grosso do Sul, a polícia afirma estar realizando o monitoramento da situação da seca em Porto Murtinho e Corumbá.

Rio Paraguai

Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), o Rio Paraguai está secando. Alguns pontos do curso d’água já atingiram marcas negativas históricas neste ano. Além disso, o rio tem registrado níveis baixíssimos desde o início de 2024 — em julho registrou o menor nível em quase 60 anos.

O rio abrange 48% no estado do Mato Grosso e 52% do Mato Grosso do Sul e atravessa os biomas Cerrado, Pantanal e também o Chaco, considerado bioma paraguaio semelhante ao Pantanal.

Navegabilidade e abastecimento de água comprometidos

Seca no rio Paraguai. — Foto: Jorge Adorno/Reuters

Seca no rio Paraguai. — Foto: Jorge Adorno/Reuters

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) identificou 18 pontos críticos e 15 pontos potencialmente críticos no Rio Paraguai. Os transportes de ferro, soja e outros itens de exportação por meio da hidrovia estão comprometidos. Setores da pesca e turismo também sofrem com a seca.

Marinha do Brasil informou que a navegação ocorre normalmente, mas com a adoção de medidas por parte dos navegantes. Os cuidados são os seguintes:

  • Redução da carga embarcada;
  • Redução do número de barcaças dos comboios;
  • Uso de cartas náuticas atualizadas.

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) aponta que o “nível d’água do rio Paraguai em abril de deste ano atingiu o pior valor histórico observado em algumas estações de monitoramento ao longo de sua calha principal, sendo que o cenário de escassez ocorre desde o início deste ano na Região Hidrográfica do Paraguai”.

*Estagiária sob supervisão de José Câmara.

Fonte: g1/ML

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