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Falta de materiais, uniformes, e escolas “abandonadas” marcam primeiro dia de aula na Capital

Por Redação

Em 8 de fevereiro de 2023

Gerson Oliveira/Correio do Estado

Nesta quarta-feira (8), cerca de 108 mil alunos da Rede Municipal de Ensino (Reme) retornaram às aulas em Campo Grande. Para as crianças, o início do ano letivo marca o começo de uma nova fase, cheia de expectativas.

Ao fim do dia, na porta das escolas, pais e responsáveis aguardavam por suas crianças. Ao tocar o sinal, elas saíram, felizes, agitadas e querendo contar como foi o primeiro dia.

Correio do Estado acompanhou a movimentação no horário de saída dos alunos da Escola Municipal Senador Rachid Saldanha Derzi, localizada no Jardim Noroeste.

A empolgação das crianças era visível, mas, ao olhar em volta, é possível notar que a estrutura não está adequada para atendê-los. Através da grade, ao lado da entrada, é possível observar o mato alto, e o espaço “abandonado” no entorno das salas de aula.

Procurada pela equipe de reportagem, a diretora da escola não quis falar sobre o assunto, e afirmou que as pergutas deveriam ser direcionadas à Secretaria Municipal de Educação (Semed). Em resposta, a pasta informou que executa serviços de manutenção nas unidades da Reme durante todo o ano, com trabalho contínuo de limpeza, roçada, podas de árvores e pequenos reparos. No entanto, não respondeu quando a equipe passará pelo local.

Do lado de fora, a situação não é diferente. As crianças e seus responsáveis precisam escolher entre andar no mato ou na rua de terra, que nesta quarta-feira estava lamacenta por causa das chuvas.

Carmen da Silva, que mora em uma rua próxima à escola, relatou que em dias de chuva, como as que atingiram o local na última terça-feira (7), o caminho se torna um “rio”.

“Nós somos alagados aqui. A gente está cobrando que o Município dê um respaldo para a gente, e até agora nada. São seres humanos que moram aqui. A gente não tem condições de passar aqui quando está tendo enxurrada. Tem crianças que precisam andar por aqui para ir para a aula”, desabafou.

Além destes obstáculos, as crianças saíram da aula sem os kits de materiais e uniformes, prometidos pela Prefeitura. Alguns utilizavam uniformes antigos, que às vezes nem estavam servindo mais.

Mãe de um aluno de 7 anos, que preferiu não se identificar, relatou que em 2022 o kit de materiais e uniformes demorou quase duas semanas para chegar.

“Eu já imaginava que eles não iriam entregar os materiais no primeiro dia, então comprei para ele poder começar”, relatou. “Vamos ver como vai ser, porque ano passado eu peguei (os materiais) com duas semanas de aulas”.

Uma outra mãe, que buscava seu filho na porta da escola, mencionou que teve um ano em que o material chegou com um mês de atraso.

Alunos da Escola Municipal Professora Ione Catarina Gianotti Igydio, localizada no mesmo bairro, também saíram da aula sem seus materiais e uniformes.

Caroline Lima, mãe de uma aluna de 6 anos da escola, foi buscar sua filha em seu primeiro dia de aula, e relatou que não tinha expectativas de que os kits fossem entregues hoje.

“Tinham nos informado que o uniforme e os materiais seriam entregues no primeiro dia de aula, mas eu duvidei, e acabei comprando materiais para ela não começar a escola sem nada”, comentou.

Durante entrega simbólica de uniformes, na escola de tempo integral Kamé Adania, no Bairro Nascente do Segredo, a prefeita Adriane Lopes afirmou que todas as escolas estavam preparadas para receber os alunos, mas explicou que a distribuição dos kits será feita gradativamente.

“Hoje as escolas estão recebendo as crianças totalmente equipadas, preparadas, com merenda e kit escolar, que está sendo distribuído em todas as sete regiões. Hoje inicia a entrega, mas estamos fazendo gradativo, por regiões”.

A Semed informou que os materiais e uniformes serão distribuídos conforme organização da direção de cada unidade escolar, e que algumas escolas já iniciaram hoje a entrega dos uniformes aos alunos.

Um outro problema preocupava Caroline: naquela manhã, a escola amanheceu sem energia, depois de mais de uma semana sem reparos. Segundo a Prefeitura, os fios haviam sido roubados.

A energia foi restabelecida no meio da manhã desta quarta-feira, enquanto os alunos do período matutino estavam em aula.

“Se a energia não voltasse, eu não a traria para a aula”, comentou.

Além da escola Profª Ione Catarina Gianotti Igydio, outras duas estavam sem energia no início da semana: a Escola Municipal Nerone Maiolino e a Profª Maria Regina Vasconcelos Galvão.

Funcionários da Escola Municipal Nerone Maiolino temiam que os alunos ficassem até sem merenda, já que não havia energia para armazenar os alimentos refrigerados. No entanto, ao Correio do Estado, a escola informou que a energia foi restabelecida na última terça-feira, e que o primeiro dia de aula não teve imprevistos.

Na E.M. Profª Maria Regina Vasconcelos Galvão, a energia também foi restabelecida, sem prejudicar o primeiro dia de aula dos alunos.

 

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