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Americanas já perdeu R$ 64 bilhões em valor de mercado desde sua máxima histórica, em agosto de 2020

Por Redação

Em 17 de janeiro de 2023

Fachada das lojas Americanas Express na Avenida Paulista, zona sul da capital — Foto: Itaci Batista/Estadão Conteúdo/Arquivo

Durante o “boom” das empresas varejistas na bolsa de valores em meados de 2020, as ações da Americanas registraram o pico do seu valor. Em 3 de agosto daquele ano, um papel da companhia era vendido a R$ 122,90, sua máxima histórica. Naquele momento, o valor de mercado da empresa era de pouco mais de R$ 66 bilhões, segundo levantamento de Einar Rivero, da TradeMap, a pedido do g1.

De lá para cá, com base no fechamento do pregão da última segunda-feira (16), a Americanas já perdeu R$ 64,36 bilhões em valor de mercado, enquanto suas ações acumulam uma queda de 98,42%. Até ontem, a empresa valia R$ 1,75 bilhão, depois de despencar quase 40% em um dia e seu papel valer R$ 1,94.

Embora as ações tenham atingido sua mínima histórica nesta semana, após os escândalos sobre as “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões nas contas da companhia e todos os desdobramentos do caso, a companhia já vinham vivendo um período difícil com seus papéis há vários meses:

  • Em agosto de 2020, as ações da Americanas chegaram ao seu ápice e o valor de mercado da companhia era estimado em R$ 66 bilhões;
  • Há um ano, em 16 de janeiro de 2022, a Americanas valia R$ 27,25 bilhões;
  • Antes do anúncio do rombo bilionário, em 11 de janeiro, a varejista valia cerca de R$ 10,82 bilhões;
  • Ontem, a empresa valia R4 1,75 bilhão.

A queda da empresa começou com a piora no cenário macroeconômico brasileiro e que afetou todas as varejistas da bolsa, consequência da pandemia de Covid-19, inflação elevada, alta nos juros e baixo crescimento. Em um ano, as ações acumulam desvalorização de 93,44%,

Desde o anúncio do rombo, entretanto, a desvalorização foi acentuada e, apenas cinco dias depois, as ações já recuaram 79,9%.

Entenda o que aconteceu com a Americanas

A Americanas publicou um fato relevante na última quarta-feira (11), dizendo que foram identificadas “inconsistências em lançamentos contábeis” no balanço, em valor que chega a R$ 20 bilhões, nas primeiras estimativas.

Em outras palavras, a empresa percebeu que o valor bilionário — que é referente aos primeiros nove meses de 2022 e anos anteriores — não havia sido registrado de forma apropriada nos balanços corporativos da empresa. Como consequência, Sérgio Rial, que tinha acabado de assumir a presidência da companhia, renunciou ao cargo.

O rombo ocorreu por meio de uma operação conhecida como “risco sacado”. Essa é uma linha de crédito que envolve a empresa, seus fornecedores e instituições financeiras.

Nessa operação, uma companhia que precisa pagar seus fornecedores entra em contato com uma instituição financeira que, por meio de um acordo, libera o montante necessário para o pagamento dos fornecedores. É como se a própria instituição pagasse a conta e a companhia, por sua vez, zera sua dívida com os fornecedores e passa a dever para o banco — e, claro, com a cobrança de juros.

No caso da Americanas, pelo que se sabe até o momento, houve uso do risco sacado nas negociações da empresa, mas as operações não foram registradas de forma correta nos balanços contábeis, o que gera dúvidas sobre a solvência da empresa, seu grau de endividamento e traz insegurança aos investidores.

Ao divulgar o fato relevante, a empresa afirmou estimar que “o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial”. Assim, o rombo teria apenas um efeito contábil, e não financeiro.

No sábado (14), porém, a companhia divulgou um comunicado informando que a Justiça concedeu uma Tutela de Urgência Cautelar que determina, entre outras medidas, a interrupção de quaisquer cláusulas contratuais que imponham o pagamento antecipado de dívidas da empresa e a incidência de juros durante esse período. Na decisão, o juiz diz que a dívida da Americanas pode chegar a R$ 40 bilhões.

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Crédito: Coxim Agora.