O Ministério da Saúde finalizou o acordo com os laboratórios Pfizer e Janssen, que produzem vacinas contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Os contratos assinados nesta sexta-feira (19/3) preveem a entrega de 138 milhões de doses.
De acordo com a negociação, a maior parcela das doses é da Pfizer. Essa é a única vacina que obteve registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo o calendário de compra, a Pfizer deve entregar 13,5 milhões de doses no segundo trimestre e 86,4 milhões no terceiro. Já a Janssen enviará ao país 38 milhões de doses no quarto trimestre.
“O governo Bolsonaro assinou contratos com as farmacêuticas Janssen e Pfizer que preveem, ao todo, a entrega de 138 milhões de doses da vacina. Desse total, 100 milhões de doses serão da Pfizer e 38 milhões serão da Janssen”, destacou o ministro das Comunicações, Fábio Faria, pelas redes sociais.
Apesar da compra, a vacina da Janssen ainda não tem registro definitivo nem autorização para uso emergencial concedido pela Anvisa, ou seja, não pode ser usada no país.
O imunobiológico da Janssen é o único que requer somente uma dose por pessoa. Essa, segundo os especialistas, é uma das formas de acelerar a imunização.
O Brasil pagará UU$ 10 por dose da vacina da Pfizer. Com isso, o contrato com a empresa é de US$ 1 bilhão. O mesmo valor será pago ao laboratório Janssen. Porém, o desembolso global é de US$ 95 milhões.
Na última segunda-feira (15/3), o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, havia anunciado que as negociações estavam em estágio avançado. O militar deixará o cargo e será substituído pelo cardiologista Marcelo Queiroga.
A finalização da compra é tida como um dos últimos atos de Pazuello como ministro. Ele deixará o cargo após desgaste de sua gestão e devido à pressão de diversos setores para a substituição. Essa é a quarta troca de titular da Saúde em meio à pandemia.
Vacinação no Brasil
O Brasil tem mais de 11,7 milhões de casos confirmados e 287 mil pessoas morreram vítimas do novo coronavírus. O Ministério da Saúde vacinou 13,1 milhões até o momento.
A campanha de imunização contra a Covid-19 foi iniciada no Brasil em janeiro. A fórmula produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, é responsável por 74,7% da vacinação no país. Ao todo, foram mais de 9,8 milhões de doses aplicadas.
Produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a fórmula desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca e pela Universidade de Oxford foi aplicada em 25,3% dos vacinados. Neste caso, o governo importou também doses da Índia.
Cronograma
Patinando na vacinação, o Brasil enfrenta dificuldades para garantir o suprimento de doses e acelerar a imunização.
Desde o início de março, o país está quebrando recordes diários de casos e mortes pela Covid-19. Aliado a isso, os hospitais enfrentam um colapso com a falta de unidades de terapia intensiva (UTIs) e desabastecimento de insumos.
O mais recente cronograma de entrega de vacinas divulgado pelo Ministério da Saúde indica que 562 milhões de doses serão entregues até o fim de 2021.
Até o fim do mês de março, a expectativa é que 47 milhões de doses sejam distribuídas no total, segundo o general Eduardo Pazuello.