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Fim de uma era: prédio da antiga Uniderp Agrárias é demolido

Por Redação

Em 9 de outubro de 2025

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Parte de prédio da antiga Uniderp Agrárias já foi demolido (Foto: Marcos Maluf).

Nenhuma placa, segurança e um cenário de despedida silenciosa. O prédio que abrigou por quase três décadas o curso de Ciências Agrárias da Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal) foi demolido. Na manhã desta quinta-feira, trabalhadores estavam no local apenas para cercar o terreno com telhas galvanizadas.

O terreno de 133 mil metros quadrados (13,3 hectares) estava sendo preparado para venda e chegou a passar por reforma orçada em R$ 2 milhões no início de 2024. São mais de 20 mil metros quadrados de área construída, que abrigavam 50 blocos, dezenas de salas, 52 laboratórios, piscina e campo de futebol.

Em fevereiro, quem passava pela antiga unidade já via os portões fechados, mato alto, muros pichados, pintura desgastada, cercas arrebentadas e ferros enferrujados, sinais de abandono de um imóvel que já foi símbolo da expansão do ensino superior em Mato Grosso do Sul.

Fundado em 1995, o Campus de Ciências Agrárias marcou a expansão do grupo educacional criado por Pedro Chaves dos Santos Filho, que iniciou sua trajetória em 1970, quando fundou o Cesup (Centro de Ensino Superior de Campo Grande), embrião da Uniderp.

Em 2006, Pedro Chaves vendeu a gestão das unidades, localizadas na Avenida Ceará e na Avenida Desembargador Leão Neto do Carmo, para outro grupo, mas manteve a propriedade dos prédios. Naquele ano, a universidade foi adquirida pela Anhanguera Educacional Participações S/A, que em 2013 passou ao controle da Kroton Educacional, voltando a usar o nome Uniderp.

O imóvel da Agrárias foi entregue em janeiro de 2024, e todos os cursos foram transferidos para o campus da Avenida Ceará, cujo contrato foi renovado por mais dez anos.

Pedro Chaves afirmou à época que a única condição para venda era de que o local não fosse transformado em condomínio, mas parece que no fim das contas quem comprou foi uma incorporadora, mas a informação não é oficial.

O que se sabia até agora é que três empresários haviam demonstrado interesse em transformar o local em instituição de ensino, mas também havia interesse do Governo do Estado em adquirir a área para a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), que pretende instalar ali um centro de ensino para servidores e a Escola Superior da Segurança Pública, voltada à formação, pesquisa e cursos de extensão.

A região da antiga unidade, próxima à Chácara dos Poderes e ao Jardim Veraneio, vive um novo ciclo de valorização imobiliária. Dois condomínios de luxo estão em construção, e um viaduto orçado em R$ 25 milhões será erguido no cruzamento da BR-163 (Avenida Alexandre Herculano) com a Avenida Desembargador Leão Neto do Carmo, como medida compensatória exigida pela Prefeitura.

Com os novos empreendimentos, a previsão é de que a população da área seja multiplicada por sete até 2028, com acréscimo de 3,3 mil veículos por dia circulando pelo trecho.

CGN/ML

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