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Estudo revela que 67% das cabeceiras do Pantanal estão degradadas

Por Redação

Em 2 de julho de 2025

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Cabeceiras do Pantanal enfrenta degração, segundo trabalho científico. (Foto: WWF).

Um levantamento divulgado pelo WWF-Brasil (World Wide Fund for Nature) acende o alerta sobre a situação crítica das cabeceiras do Pantanal, localizadas entre os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Segundo o estudo, 67% dessas áreas — responsáveis por abastecer com água e sedimentos cerca de 80% da planície pantaneira — já apresentam alto grau de degradação.

A pesquisa mostra que 58% da paisagem nas cabeceiras está antropizada, ou seja, transformada pela ação humana. As pastagens ocupam 42% da área total, sendo que, dessas, 67% estão em estado avançado de degradação. O avanço do agronegócio também contribuiu para esse cenário: entre 2022 e 2024, houve um crescimento de 47% na área destinada ao cultivo de soja e uma redução de 26% nos corpos d’água da região. No mesmo período, a supressão da vegetação nativa aumentou 4%, o material foi publicado nesta terça-feira (1º) no portal Campo Grande News.

“Esses dados são particularmente importantes, pois as cabeceiras são responsáveis pela maior parte do fluxo de água e de sedimentos que chegam à planície, essenciais para a manutenção da dinâmica do Pantanal”, alerta o relatório.

Intitulado “O valor da restauração: Como a cobertura vegetal reduz erosão e gera benefícios econômicos e resiliência hídrica nas cabeceiras do Pantanal”, o estudo é resultado de três pesquisas realizadas em 2024, dentro do projeto “Água Limpa para Todos”, uma parceria entre o WWF-Brasil e a Aegea.

Além de apontar os impactos ambientais, o relatório também apresenta soluções práticas baseadas na natureza (SbN), como forma de conter os danos e promover a recuperação das áreas degradadas. Entre as estratégias recomendadas estão: a recuperação de pastagens degradadas, a adoção de práticas de conservação do solo e a restauração da vegetação nativa em Áreas de Preservação Permanente (APPs).

Um dos destaques do levantamento é a análise de custo-benefício dessas ações. A pesquisa traz a seguinte provocação: “O que é mais barato: investir em restauração e conservação do solo ou tratar a água depois?”. Em 20 dos 24 cenários analisados, investir na recuperação ambiental mostrou-se mais vantajoso economicamente. O estudo aponta que, para cada R$ 1 aplicado em restauração e boas práticas no campo, é possível economizar até R$ 8 em tratamento de água.

Municípios como Bodoquena (MS), Aquidauana (MS) e Esperidião (MT) apresentaram os melhores resultados nesse comparativo, reforçando que a proteção das nascentes e das áreas de recarga hídrica é não apenas uma ação ambiental, mas também uma escolha economicamente inteligente.

Fonte: Mikaela Loni

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