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Sintomas da varíola dos macacos: da ‘afta’ que não é afta até uma rara necrose no nariz, veja o que se sabe

Por Redação

Em 19 de agosto de 2022

Foto: Divulgação

A foto clássica das feridas na pele tomando conta de mãos e braços não serve de parâmetro para a atual epidemia de varíola dos macacos. Entidades de saúde como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA já apontam que outras manifestações da doença são mais constantes, incluindo a febre e o inchaço de gânglios. Quando aparecem, as feridas podem surgir em outras partes menos visíveis ou mesmo em mucosas.

No caso das feridas, elas podem aparecer no pênis, testículos, lábios, vagina ou ânus, e podem estar também nas demais áreas.

Para além do panorama indicado pelo órgão de saúde dos EUA ou mesmo pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), relatos de casos em revistas científicas ou postagens em redes sociais apontam para sintomas ainda menos comuns como “aftas” (que na verdade são lesões provocadas pelo vírus) ou uma rara necrose no nariz

Segundo o CDC, os sintomas da varíola dos macacos começam dentro de 3 semanas após a exposição ao vírus. Quando ocorre, a erupção cutânea aparece geralmente até 4 dias depois.

Por que o caso da necrose é raro?

A pesquisadora Giliane Trindade, virologista, professora e cientista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) explica que o paciente com necrose na ponta do nariz tinha um quadro de imunossupressão: ele apresentava uma contagem baixíssima de linfócito TCD4, a célula que faz a defesa contra microrganismos.

a O caso do homem de 40 anos foi publicado na segunda (15) revista científica “Infection”, do grupo Springer Nature.

“Essas manifestações de necrose ou outros quadros mais associados são mais raras, mas são esperadas em pacientes imunocomprometidos que não fazem o tratamento. (…) Pacientes em HIV com tratamento têm apresentado um curso clínico melhor”, explica Giliane.

Quais são os sintomas mais comuns?

De acordo com Giliane Trindade, os sintomas mais comuns nem sempre são caracterizados por uma manifestação externa: pode ser apenas uma dor na região anal. Além disso, ela explica que os casos estão apresentando “poucas lesões e lesões atípicas”, muitas vezes em regiões não descritas em surtos passados.

“Os principais sintomas continuam a febre, o inchaço e o desenvolvimento de lesões, ainda que poucas”, explica a professora da UFMG.

Segundo a virologista, depois do período de incubação (em torno de 7 dias), os sintomas inespecíficos (febre, prostração, perde de apetite) duram pelo menos de 3 a 4 dias. É após esse período que as lesões aparecem. Depois de 3 a 4 semanas, elas cicatrizam, as crostas se desprendem e forma uma cicatriz.

São sintomas clássicos da doença:

  • febre,
  • dor de cabeça e dores no corpo,
  • dor nas costas,
  • calafrios,
  • cansaço,
  • feridas na pele (erupções cutâneas) e
  • gânglios inchados (que comumente precedem a erupção característica da doença)

Foto clássica não resume

A professora explica que o desafio do atual surto é que as manifestações estão “muito atípicas”. “Os indivíduos chegam [a uma unidade de saúde] com uma lesão e não tem outro sintoma. A pessoa não suspeita que tem monkeypox”, comenta.

As fotos clássicas das mãos de pessoas na região endêmica não é mais o que os infectologistas estão vendo, afirma a professora.
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