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Vacina dura a vida toda? Confira as principais dúvidas sobre os imunizantes

Por Redação

Em 11 de novembro de 2022

A vacina protege para a vida inteira? Como devo proceder caso eu atrase o calendário vacinal do meu filho? Há uma série de dúvidas em torno das imunizações, e muita desinformação sobre o tema.

Estadão reuniu aqui respostas para quatro dúvidas frequentes sobre a duração dos imunizantes e a lógica das idades no esquema de vacinação.

A vacina protege para a vida toda?

Alguns imunizantes garantem proteção para a vida inteira, desde que a pessoa tenha completado o esquema vacinal para aquela determinada doença. É o caso da tríplice viral, que exige a aplicação de duas doses para evitar, de forma permanente, que alguém tenha sarampo, rubéola e caxumba. O mesmo acontece com os imunizantes para a hepatite A (uma ou duas doses, dependendo se a aplicação ocorre na rede pública ou particular), hepatite B (quatro doses, sendo uma isolada no nascimento do bebê e as demais dentro da aplicação da vacina pentavalente) e a febre amarela (dose única). Entretanto, há vacinas para as quais são necessárias doses periódicas de reforço. São essas aplicações adicionais que levam à produção de anticorpos de longa vida e ao desenvolvimento de células de memória, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). É como se o corpo precisasse ser treinado de tempos em tempos para combater o organismo causador da doença, reforçando a memória do agente infeccioso para combatê-lo mais rapidamente no caso de uma eventual exposição futura. Nessa categoria estão as vacinas contra influenza, tétano, difteria e coqueluche.

Por que algumas vacinas só podem ser aplicadas em determinadas idades?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunologia (SBIm), a recomendação da idade para aplicação de cada vacina leva em conta os dados epidemiológicos da população e a suscetibilidade dos indivíduos em cada faixa etária, tanto para o adoecimento quanto para complicações da doença. Em todo o mundo, o calendário vacinal é norteado pela OMS, mas é responsabilidade de cada país decidir, de acordo com sua capacidade econômica e sua necessidade epidemiológica, quais imunizantes constam em suas campanhas anuais de vacinação. No Brasil, existem vacinas diferentes para cada público: crianças, adolescentes, adultos e idosos. Isso ocorre porque os imunizantes foram desenvolvidos, ao longo de décadas de estudo, para o público-alvo no qual a incidência de cada doença é maior.

O sistema imunológico sofre influências em relação à idade?

A maturidade do sistema imunológico cumpre um papel importante na distribuição do calendário vacinal. De acordo com a SBIm, conforme as pessoas vão ficando mais velhas, o sistema imune já não responde tão bem assim às vacinas por causa das alterações imunológicas observadas no envelhecimento. A vacina BCG (que previne as formas graves de tuberculose, principalmente a miliar e a meníngea), por exemplo, não é capaz de prevenir a tuberculose de um adulto, mas evita a forma grave da doença em bebês. Em uma pessoa mais velha, a tuberculose precisa ser tratada com medicamentos até que uma vacina efetiva seja desenvolvida para essa faixa etária. De acordo com a SBIm, bebês e idosos são grupos bastante específicos: em um, o sistema imune ainda não está maduro o suficiente para lidar com patógenos (organismos capazes de causar doenças) e no outro o sistema imune já está envelhecendo.

Como proceder se atrasar o calendário vacinal do meu filho?

O calendário é uma forma de organizar as vacinas por doses e faixas etárias sugeridas por especialistas, o que não impede uma pequena variação. De acordo com o Ministério da Saúde, em caso de atraso, busque orientação médica para saber como ajustar o calendário vacinal do seu filho sem prejudicar a proteção conferida pelos imunizantes. Na maioria dos casos, uma dose já dada não é considerada perdida. Se uma dose foi feita há muito tempo, você deve continuar o esquema respeitando o intervalo entre as próximas doses. Apesar de o atraso não significar um grande problema na maioria dos casos, é importante atentar-se ao calendário e seguir o período recomendado de imunização, uma vez que a proteção só é efetiva quando está em dia. Além disso, lembre-se de que as vacinas obrigatórias estão sempre disponíveis nos postos de saúde e não é necessário aguardar pelas campanhas para atualizar a caderneta de vacinação.

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Crédito: Coxim Agora.