A Prefeitura de Sonora está sob investigação após denúncias de fraude em um concurso para cargos administrativos de servidores públicos. Um dos participantes denunciou o caso ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP/MS), que agora apura as alegações de irregularidades.
Inicialmente, o Ministério Público concedeu um prazo de cinco dias para que a prefeitura e a banca responsável anexassem os documentos comprobatórios que validariam a legalidade do concurso. No entanto, a prefeitura e a banca não cumpriram o prazo. Em resposta, o MP reiterou o pedido, concedendo novamente um prazo de cinco dias para a entrega dos documentos necessários. Até o momento, a prefeitura de Sonora não respondeu à segunda solicitação do Ministério Público Estadual.
O atraso na entrega dos documentos levanta suspeitas sobre a integridade do processo seletivo, mantendo a situação em aberto e aguardando esclarecimentos que possam confirmar ou refutar as alegações de fraude. A investigação do Ministério Público continua, e a comunidade de Sonora espera por respostas e ações que garantam a transparência e a legalidade nos processos de seleção de servidores públicos.
Muitos candidatos se sentem lesados com a situação. Alguns vieram de outros estados e cidades, pagando inscrições e arcando com custos de transporte, alimentação e hospedagem para realizar a prova. Agora, enfrentam o desrespeito da Prefeitura Municipal de Sonora diante desse problema.
O concurso, que oferecia 79 vagas, foi anulado por publicação no diário oficial da cidade no último dia 25 de abril após suspeita de fraude por parte da atual administração do município.
Uma candidata de 30 anos, residente em Sonora e que pediu anonimato por medo de retaliação, contou que se inscreveu para dois cargos no concurso e foi aprovada em ambos: professora de educação infantil e professora do 1º ao 5º ano. Ela destacou à nossa reportagem a preocupação com a possível anulação do concurso. Caso a administração municipal e a banca não forneçam a documentação solicitada pelo MP, todos os aprovados de forma lícita podem ser prejudicados. Ela já enfrenta chacotas de alguns moradores e quer uma posição da administração sobre o encaminhamento da documentação.
Outra candidata, moradora de Pedro Gomes, se sente frustrada. Ela realizou o concurso para o cargo de professora de educação física e foi aprovada em segundo lugar, mas não poderá ser chamada devido ao problema na administração. A candidata destacou que teve custos de inscrição, alimentação, transporte e, o mais importante, tempo desperdiçado.
“Eu acho injusto. Estudei, me dediquei, não sou contra a investigação do concurso. Acho que deve investigar sim as irregularidades, mas sem desmerecer quem passou por mérito próprio e criou expectativa de assumir essa vaga. Inclusive, cheguei a pesquisar valores de aluguel na expectativa de assumir o cargo, o que não aconteceu, e ainda veio essa bomba”, desabafou.
Na tarde desta sexta-feira (24), entramos em contato por telefone com o prefeito de Sonora, Enelton Ramos. Ele informou que a prefeitura e a assessoria jurídica de uma comissão interna, instaurada para acompanhar a situação, estão aguardando a documentação do IPPEC para serem encaminhadas ao MP/MS.
O Coxim Agora estará acompanhando o desfecho dessa situação no município de Sonora.
Fonte: Maikon Leal