No dia 28 de maio, o Brasil celebra o Dia Nacional da Redução da Mortalidade Materna, uma data dedicada a conscientizar a população sobre a importância da discussão e promoção de políticas públicas que assegurem o bem-estar materno, infantil e fetal.
Dr. Maurício Simões, secretário de Estado de Saúde, destaca o desafio enfrentado tanto pela secretaria estadual quanto pelas municipais em reduzir os índices de mortalidade materna e infantil.
“Embora o Mato Grosso do Sul tenha alguns dos melhores indicadores de crescimento econômico e financeiro no Brasil, é essencial que esse desenvolvimento reflita também na redução da mortalidade infantil e materna”, afirma Simões.
Karine Costa, superintendente de Atenção Primária à Saúde da SES, explica que a secretaria tem trabalhado de forma coordenada com a Vigilância em Saúde. “O Comitê de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal é muito atuante. Estudamos a investigação dos óbitos e a partir dessas análises, propomos recomendações que são repassadas a todos os municípios”, diz.
Em dezembro de 2022, a SES formalizou uma parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). “Investimos aproximadamente R$ 2 milhões em ações para reduzir a mortalidade materna e infantil”, acrescenta Karine.
A cooperação inclui a implementação da Estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia, que oferece capacitação e apoio aos municípios para enfrentar a mortalidade materna.
Andriely Gomes, coordenadora da Saúde da Mulher, Criança e Maternidade da SES, destaca a mudança de visão dos profissionais de saúde. “Temos promovido um cuidado mais centrado na mulher e na família, o que está impactando diretamente nos índices de mortalidade”, afirma.
Ela também enfatiza a importância da formação de multiplicadores em saúde materna, uma estratégia pioneira no Brasil com potencial significativo de reduzir a morbimortalidade materna.
Dados e Tendências
Andriely Gomes explica que a principal causa de mortalidade materna no estado em 2023 foi a hemorragia, seguida por afecções do sistema circulatório, abortamento e sepse puerperal. “Nos últimos anos, observamos um comportamento semelhante ao do Brasil. Após a pandemia, estamos reconstruindo a rede e retomando serviços essenciais, com um decréscimo gradual na mortalidade materna”, comenta.
Em 2022, a razão de mortalidade materna foi de 57 óbitos por 100 mil nascidos vivos, e em 2023, caiu para 54. “Embora o progresso seja lento, estamos comprometidos em reduzir esse índice. Sabemos que a maior parte dos óbitos ocorre em mulheres de 30 a 39 anos, principalmente pardas e indígenas, e estamos focando nossas ações nesses grupos vulneráveis”, acrescenta.
Fonte: Correio do Estado