Um criador de Realeza, no sudoeste do Paraná, procurou o Giro do Boi porque está com um possível problema de dermatofitose em bezerros. Conforme contou o produtor, ele enfrenta a adversidade há cerca de dois anos.
“Toda vez que compro animais e trago para a minha propriedade, logo as manchas começam a se manifestar nos animais que chegaram. […] Já tentei várias alternativas, mas não consigo resolver o problema. Inclusive, ano passado acabei perdendo uma novilha por conta disso”, lamentou.
O médico veterinário André Carvalho, gerente técnico da área de ruminantes da MSD Saúde Animal, ajudou o produtor. De acordo com o especialista, as principais doenças de pele em bovinos têm diferentes origens. Contudo, suas similaridades de sintomas podem causar confusão.
Nesse sentido, a consulta a um profissional e o uso de serviços especiais acaba sendo essencial. “A identificação e o diagnóstico feitos pelo médico veterinário, por meio do exame clínico e laboratorial, são o que vão guiar o sucesso das medidas preventivas e de tratamento”, confirmou.
CAUSA
Em seguida, o especialista apontou que, com base nas fotos enviadas pelo produtor, este é um provável caso de dermatofitose em bezerros. “Também conhecida por tinha, a dermatofitose é causada por um fungo e é uma zoonose. Ou seja, é transmissível de animais para humanos”, alertou.
Segundo Carvalho, normalmente é possível identificar a dermatofitose em bezerros com a formação de uma ou mais crostas circulares de cor acinzentada. “Posteriormente, há queda de pelo”, acrescentou.
TRANSMISSÃO
Além disso, André informou que a transmissão se dá, principalmente, pelo contato direto com animais infectados e fômites contaminados. Por exemplo, baias, galpões, cochos, currais, além de ferramentas e objetos de manejo de gado do dia a dia dos animais.
Juntamente com os fômites, a infecção depende de fatores como a idade do animal, período de estresse (desmama, transporte, alteração de piquete, etc.), imunidade, higiene e nutrição.
DERMATOFITOSE EM BEZERROS TRATAMENTO
Por último, o veterinário revelou prevenções e tratamentos para aplicar em casos de dermatofitose em bezerros. “Nesse caso, o tratamento que mais se recomenda é a pulverização dos animais com alguma solução fungicida. como iodo 10% durante 10 dias. Em casos mais graves, pode ser necessário o uso de antibióticos (para o controle de infecções secundárias)”, reforçou.
Em resumo, André Carvalho listou medidas de controle da tinha no rebanho:
– Primeiramente, tratar animais com as lesões;
– De antemão, isolar animais acometidos e em tratamento dos outros animais do rebanho;
– Do mesmo modo, não compartilhar fômites entre animais sadios e doentes;
– Fazer a desinfecção dos estábulos e locais onde os animais ficam (solução de hipoclorito de sódio 0,5%, por exemplo);
– Evitar a compra de animais com lesões;
– Minimizar estresse dos animais em manejos críticos (compra de animais, desmama, transporte, mudança de pasto, etc.);
– Por fim, manter os animais bem nutridos e saudáveis;
Posteriormente, o veterinário salientou que, com a persistência do problema de dermatofitose em bezerros, o pecuarista deve buscar ajuda de um médico veterinário.