A DJ francesa Barbara Butch, que participou da cena com drag queens e um ‘Dionísio’ azul durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, apresentou queixa na polícia francesa por ameaças de morte e insultos públicos. A representação foi erroneamente atribuída como uma referência à última ceia de Jesus Cristo com apóstolos e gerou enxurrada de críticas.
A DJ compartilhou em seu Instagram uma carta de seu advogado na qual revela que foi “ameaçada de morte, tortura e estupro, e também foi alvo de inúmeros insultos antissemitas, homofóbicos, sexistas e gordofóbicos”.
Na sequência, ele afirmou que a Barbara prestará queixas legais independentemente de “serem cometidas por cidadãos franceses ou estrangeiros, e pretende processar qualquer pessoa que tente intimidá-la no futuro”.
A DJ reforçou que se sentiu ‘honrada’ por participar da cerimônia de abertura. E agradeceu ao “amor e força” que recebeu em meio à enxurrada de comentários negativos.
Jesus ou Dionísio?
O diretor artístico da cerimônia, Thomas Jolly, já repetiu diversas vezes que não se inspirou no quadro ‘A Última Ceia’, de Leonardo Da Vinci. O quadro é uma representação do que teria sido para os cristãos a última refeição de Jesus com seus apóstolos, antes da crucificação.
Jolly explicou ao canal francês BFM que a ideia era representar uma “grande festa pagã ligada aos deuses do Olimpo. Dionísio aparece nessa mesa. Ele está presente porque é o deus da festa, do vinho, e pai de Sequana, deusa relacionada ao rio Sena”.
Jolly também destacou que viu o momento como uma celebração da diversidade, e a mesa sobre a qual Butch tocava suas músicas como uma homenagem à festa e à gastronomia francesa.
Cristãos de diferentes denominações, dos católicos aos evangélicos brasileiros, consideraram a encenação como uma zombaria da pintura de Da Vinci. Bispos católicos franceses e outros estavam entre aqueles que afirmaram que os cristãos foram feridos e ofendidos.
Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Paris disseram que “nunca houve a intenção de mostrar desrespeito a qualquer grupo religioso” e que a intenção era “celebrar a tolerância da comunidade”.
Fonte: Terra