O ressecamento do solo da região Pantaneira é inédito e deve ser fator crucial para que os incêndios queimem área superior a 2 milhões de hectares até o fim de 2024. Os dados alarmantes são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
A nota técnica 1/2024, de 24 de junho, aponta que o ressecamento do solo sem precedentes é resultado de seca persistente extrema nos últimos 12 meses. Tal cenário contribuiu para aumento do acúmulo de material combustível na região, o que faz com que os incêndios se propaguem mais rapidamente.
Dessa forma, a área queimada em 2024 chega a 627 mil hectares, ultrapassando os 258 mil hectares consumidos pelo fogo no mesmo período de 2020. Dessa forma, há 80% de chance de que a área queimada no Pantanal este ano supere os 2 milhões de hectares.
Em relação aos municípios do Pantanal, Corumbá desponta como o primeiro no ranking de área queimada, com 348 mil hectares. Em segundo aparece Cáceres, no Mato Grosso, com 87 mil hectares queimados.
Focos de queimadas são de origem humana
O relatório do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ mostra ainda que os focos de queimadas no Pantanal têm origem humana. Isso porque não há registro de raios na região, que poderiam iniciar incêndios.
Dados mostram que não houve incidência de raios na região do Pantanal afetada por incêndios, em maio e junho. Além disso, a área queimada acumulada em maio e junho coincidiu com regiões onde a incidência de raios foi zero.
“Essas estimativas fortalecem a hipótese de que os incêndios que vêm ocorrendo desde o início de 2024 são, em sua grande maioria, de origem humana e não natural”, diz a nota técnica.
Fonte: Midiamax