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Apesar de não estar na lista dos municípios mais afetados, Coxim, em 2020 e 2022, foi impactada pela fumaça proveniente das queimadas no Pantanal. Este ano, a nuvem de fumaça causada pela grande quantidade de incêndios no Pantanal sul-mato-grossense pode afetar cerca de nove municípios, resultando em um ambiente atmosférico com menos oxigênio e qualidade do ar comprometida.
Os municípios que podem sofrer as consequências são Porto Murtinho, Caracol, Miranda, Bodoquena, Bonito, Jardim, Nioaque, Aquidauana e Corumbá. Segundo Vinicius Sperling, meteorologista da Cemtec, a piora na situação se deve à combinação de fatores conhecidos como “Regra dos 30”, que consiste em:
- 30 dias sem chuva
- Umidade abaixo de 30%
- Ventos acima de 30 km/h
- Temperaturas acima de 30°C
“Quando você tem essa combinação dos ‘trintas’, aliado à condição climática de longo prazo, o ambiente atmosférico fica ideal para queimar”, ressaltou Sperling. A falta de chuva desde novembro de 2023 é um fator significativo que agrava a situação. O meteorologista alerta ainda para que a população evite colocar fogo nas matas.
Queimadas
André Lima, Secretário Extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente (MMA), explica que a maioria dos incêndios no Pantanal é causada pela prática criminosa de ateamento de fogo, e não por geração espontânea. Até 16 de junho deste ano, 486,4 mil hectares já foram devastados na região.
Em relação aos recursos para o combate aos incêndios, Lima explicou que os recursos devem vir do Ministério da Defesa, que está atualmente focado em ajudar as enchentes no Rio Grande do Sul e no combate ao garimpo ilegal nas terras yanomami, na Amazônia.
Segundo o Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), até 16 de junho de 2024, 486.425 hectares do Pantanal foram consumidos pelo fogo. Esse valor já representa quase o dobro do que foi devastado no mesmo período de 2020, o ano das piores queimadas registradas no bioma. Naquele ano, até a mesma data, 247.400 hectares foram queimados, representando um aumento de 96,6% em 2024. Em todo o ano de 2020, foram destruídos 3.632.675 hectares do bioma.
Combate
Atualmente, o efetivo do Corpo de Bombeiros no Pantanal sul-mato-grossense conta com 85 militares, com previsão de aumentar para mais de 100 combatentes, distribuídos em brigadas ou em 13 bases avançadas de combate no bioma.
O Subcomandante-Geral do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul, coronel Adriano Noleto Rampazo, destacou algumas dificuldades enfrentadas no combate aos incêndios no Pantanal. “Os locais que estão pegando fogo são de difícil acesso. Um dos incêndios derrubou uma ponte na Estrada Parque Pantanal, e conseguimos proteger outras duas pontes. Estes danos dificultam nossa locomoção pela rodovia”, afirmou o coronel.
Além das dificuldades terrestres, Rampazo também mencionou que os pontos onde os incêndios começaram, geralmente na beira do rio, são de difícil acesso e agravados pelas condições climáticas. “Os ventos fortes da semana passada aumentaram o fogo, tornando o combate inviável. Ainda não estamos operando com força máxima, mas vamos reforçar os esforços para reduzir os prejuízos ambientais”, enfatizou.
Fonte: Da redação com informações do Correio do Estado