Servidores federais da área de meio ambiente, que incluem o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), entram em greve na próxima segunda-feira (1º). Em Mato Grosso do Sul a paralisação ocorre em meio a emergência ambiental dos incêndios florestais no Pantanal.
De acordo com a superintendente do Ibama em Mato Grosso do Sul, Joanice Lube Battilani, no Estado serão afetadas as áreas de de fiscalização e vistorias técnicas em projetos de recuperação ambiental.
O combate aos incêndios, de acordo com a superintendente, não devem ser afetados, principalmente porque as brigadas do Ibama/Prevfogo são compostas por pessoas contratadas e não servidores de carreira.
“Mantém o atendimento de 100% das ações emergências como gestão das Brigadas Federais de combate aos incêndios florestais, emergências ambientais de competência federal e atendimento de decisões judiciais”, declarou Joanice ao Correio do Estado.
Ainda conforme a superintendente, paralisações no Estado já haviam começado desde o início de janeiro, com atendimento apenas de demandas internas, mas agora os servidores devem aderir a greve nacional do setor.
A greve federal dos servidores do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA) terá a adesão em mais de 20 estados, segundo a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional).
Além do Ibama, integram o movimento funcionários públicos vinculados ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e ao Serviço Florestal Brasileiro.
No Pantanal, as brigadas do Ibama/Prevfogo estão entre os combatentes dos incêndios florestais na região, que incluem o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Brigada Alto Pantanal do Instituto Homem Pantaneiro, e em menor número outras entidades ligados à preservação.
De acordo com o governo do Estado, ao todo 107 militares, incluindo brigadistas do PrevFogo, estão empregados em diversas localidades críticas, como Porto Esperança, Buraco das Piranhas, Curva do Leque e Porto da Manga.
PANTANAL
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até ontem Mato Grosso do Sul tinha 2.593 focos de fogo apenas neste mês de junho, sendo que a maior parte deles está concentrada no Pantanal.
O número, conforme matéria do Correio do Estado, representa o recorde de focos do Estado para o mês de junho. O segundo maior número da série histórica do Inpe, que contabilidade dados desde 1998, foi em 2005, quando 557 ocorrências foram registradas neste período.
PROPOSTA E PEDIDOS
As negociações com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) já duram cerca de seis meses, sem avanços. Segundo a Ascema, a proposta apresentada pelo MGI foi “rechaçada em 100% das assembleias” de suas entidades locais, uma vez que não teria atendido a “nenhum dos principais pontos” reivindicados.
“Infelizmente, o aparente desinteresse do governo federal em realizar a justa e devida reestruturação da carreira de especialista em Meio Ambiente e do Plano Especial de Cargos do MMA e do Ibama, que oficializou o rompimento unilateral da mesa, prejudicará os resultados e trará todo o ônus para o próprio governo e prejuízos para os setores regulados”, disse à Agência Brasil o presidente da Ascema, Cleberson Zavaski.
Entre as principais reivindicações dos servidores está a reestruturação da carreira e a equiparação com a remuneração das carreiras de nível superior da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que, no passado, estava integrada ao Ibama.
Após a separação, segundo a Ascema, há servidores da ANA com salário inicial maior que o salário de final da carreira de especialista em meio ambiente.
Saiba
O governo do Estado informou que até sexta-feira a previsão é de que cheguem em Corumbá, 40 homens da Força Nacional, enviados pela União, para auxiliar no combate aos incêndios, além de mais sete aeronaves, duas delas chegaram ontem.
Fonte: Correio do Estado