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COP29: enviado dos EUA afirma que trabalho continua, mesmo com volta de Trump

Por Redação

Em 11 de novembro de 2024

Pessoas tiram fotos na entrada do local da conferência da ONU de mudanças climáticas (COP29), antes do início da cúpula em Baku, Azerbaijão. (Foto: REUTERS/Maxim Shemetov)

BAKU (Reuters) – O enviado para o clima dos Estados Unidos, John Podesta, pediu nesta segunda-feira que governos do mundo todo mantenham a fé na promessa do país de combater o aquecimento global, acrescentando que Donald Trump pode atrasar, mas não parar , a transição dos combustíveis fósseis quando assumir a Presidência dos EUA, em janeiro.

A cúpula anual sobre o clima da ONU começou nesta segunda-feira em Baku, no Azerbaijão, com várias delegações de países preocupadas com a possibilidade de a vitória de Trump nas eleições presidenciais dos EUA em 5 de novembro possa atrapalhar o progresso para limitar o aquecimento global.

Trump prometeu, novamente, retirar os Estados Unidos, o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo na história, da cooperação climática internacional e aumentar a já recorde produção de combustíveis fósseis do país.

“Para muitos de nós dedicados à ação climática, o resultado da semana passada nos Estados Unidos é obviamente uma decepção amarga”, disse Podesta na cúpula.

“Mas o que quero dizer a vocês hoje é que, enquanto o governo federal dos Estados Unidos, sob Donald Trump, pode deixar a ação climática em segundo plano, o trabalho para conter as mudanças climáticas vai continuar nos Estados Unidos.”

Segundo ele, a Lei de Redução da Inflação (IRA), legislação climática do presidente Joe Biden que oferece bilhões de dólares em subsídios para a energia limpa, continuará a impulsionar investimentos em tecnologias solares, eólicas e outras, e que os governos estaduais dos EUA também devem promover cortes de emissões por meio de regulamentações.

“Não acho que nada disso seja reversível. Pode ser desacelerado? Talvez. Mas a direção é clara”, afirmou.

Embora Trump tenha prometido revogar a IRA, isso exigiria um ato do Congresso – o que pode ser difícil devido ao apoio de alguns parlamentares republicanos cujos distritos se beneficiam de investimentos vinculados à IRA.

Além da eleição de Trump como presidente da maior economia do mundo, as negociações em Baku disputam a atenção com preocupações econômicas e as guerras na Ucrânia e em Gaza.

Isso complica a ambição da cúpula de resolver o principal item da agenda – um acordo de até 1 trilhão de dólares em financiamento climático anual para países em desenvolvimento, no lugar da meta anterior de 100 bilhões de dólares.

O chefe do clima da ONU, Simon Stiell, procurou elevar o entusiasmo.

“Vamos abandonar a ideia de que o financiamento climático é caridade”, disse ele no estádio de Baku.

“Uma nova meta ambiciosa de financiamento climático é inteiramente do interesse de cada nação, incluindo as maiores e mais ricas.”

Este ano caminha para ser o mais quente já registrado. Países ricos e pobres enfrentaram eventos climáticos extremos, incluindo inundações desastrosas na África, na costa da Espanha e no estado da Carolina do Norte, nos EUA, além de uma seca que afeta a América do Sul, o México e o oeste dos EUA.

(Reportagem adicional por Kate Abnett, Gloria Dickie, William James, Simon Jessop e Virginia Furness)

Fonte: Reuters

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