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“Um verme desse tinha que estar na cadeia”, diz pecuarista que caiu em golpe

Por Redação

Em 16 de dezembro de 2021

Caminhões onde os bois seriam levados para Anaurilância, onde fica a fazenda de Rodrigo (Foto: reprodução / vídeo)

Depois de cair em golpe e perder quase R$ 1 milhão na compra de bois, o pecuarista Rodrigo Toffoli dos Santos Paiva, 36 anos, reclama que o suspeito, Cristiano da Silva Marques, 34 anos, deveria estar na cadeia e não solto dando prejuízo para a sociedade.

“Ele tem passagem por tráfico de drogas, receptação, assassinato, não sei como está solto, esse verme tinha que estar na cadeia”, disse revoltado com a situação que aconteceu no dia 8 deste mês, em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Em entrevista por telefone, o pecuarista de Campo Grande contou que depois de ser informado por um amigo corretor sobre a venda dos bois viajou para o município na quarta-feira (dia 8) interessado em fazer o negócio.

Na cidade, Rodrigo se encontrou com Cristiano e foi até o Assentamento Indaiá para conhecer o rebanho. Até então os dois não se conheciam. “Olhei os lotes, fiquei interessado e Cristiano pediu para negociar com um homem chamado Roberto, que seria o dono dos gados”, explicou. O contato com Roberto foi feito apenas por telefone, no qual informou cinco contas diferentes para ser feito o depósito.

Segundo Rodrigo, acostumado com esse tipo de negócio, ainda questionou por várias vezes Cristiano se não tinha problema em fazer o depósito na conta de outra pessoa. A resposta do suspeito foi: “Aqui não tem erro. Eu tiro a nota, você paga o gado e está tudo certo”. Toda a negociação foi feita na presença dos pais de Cristiano. “Não tinha como desconfiar de nada”, lamentou. O valor total da compra ficou em R$ 963.530 mil.

O pecuarista fechou negócio com a compra de 244 bois. No primeiro dia foram separados 158 animais. A escolha do restante do gado ficou para o dia seguinte. “Fui para o hotel em Naviraí e na quinta-feira (dia 9) retornei com as carretas para carregar os bois”, contou. “Cristiano me acompanhou o tempo todo. Apartamos o restante do gado e colocamos nos caminhões”, contou.

Depois de tudo pronto, Cristiano foi tirar a nota na Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do MS) e mandou os documentos por PDF autorizando a fazer o pagamento nas contas que Roberto havia informado. As transferências foram realizadas às 14h30 do dia 9, via TED. Foram cinco depósitos no valor de R$ 192,706 mil cada um. Enquanto Cristiano foi para a cidade providenciar a documentação, Rodrigo ficou no assentamento.

“Depois que eu fiz o pagamento, o Cristiano sumiu. Não atendia mais o telefone. Comecei a ficar nervoso, com medo”, disse. O suspeito ficou sem dar notícia por 3 horas e retornou no assentamento às 17h30 dizendo que não iria mais liberar o gado, pois Roberto não tinha repassado o dinheiro.

“Falei pra ele como não? Você autorizou o pagamento. Você emitiu as notas fiscais”. O clima começou a ficar ruim e houve uma discussão entre os dois. Segundo Rodrigo, começou a chegar gente desconhecida e mal-encarada. “Eles estavam armados. Fui embora de fininho registrar boletim de ocorrência. Fiz o bloqueio da conta, mas já era tarde. O dinheiro já havia sido sacado”, lamentou.

O caso, ainda sem solução, segue sob investigação na delegacia de Polícia Civil do município. “Estou sem dinheiro e sem os bois”, reclamou Rodrigo.

Fichado – Cristiano tem passagem por homicídio, furto e responde a processo que investiga a substituição de 173 quilos de maconha por outra de qualidade inferior que estavam armazenadas no depósito da Polícia Civil. O caso aconteceu em junho de 2019, em Itaquiraí.

Durante o processo, foi apurado que o investigador, Eduardo Luciano Diniz, responsável pelo crime, teve apoio de três moradores da cidade: Cristiano, Moisés Lopes Ferreira, 37 anos e João Ferreira, pai de Moisés. A reportagem não conseguiu contato com Cristiano.

 

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