
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) condenou os policiais militares de Nova Andradina pela agressão ao jornalista Sandro de Almeida Araújo, ocorrida no dia 2 de julho de 2023.
O episódio de agressão, em que os policiais aparecem à paisana, como bem acompanhou o Correio do Estado, foi registrado por câmeras de segurança em frente à casa do jornalista.
Na ocasião, em entrevista, Sandro chegou a dizer que estava sendo perseguido pelo comandante da corporação (o tenente-coronel José Roberto Nobres) “há pelo menos três anos”.
Condenação
A decisão veio 178 dias após a Justiça Militar absolver o ex-comandante José Roberto Nobres, em primeira instância, das acusações de falsidade ideológica e prevaricação.
A decisão da 3ª Câmara Criminal de Campo Grande foi dada na última quinta-feira (5), após o Ministério Público Estadual ter entrado com recurso, apontando que o ex-comandante (José Roberto Nobres) colocou informações falsas no boletim de ocorrência em uma tentativa de respaldar a ação dos policiais.
Com isso, a Justiça condenou o ex-comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar de Nova Andradina, tenente-coronel José Roberto Nobres, a cumprir pena de um ano e seis meses em regime aberto por falsidade ideológica.
O sargento Luiz Antônio de Oliveira Júnior recebeu a condenação de um ano de detenção em regime aberto por constrangimento ilegal, violação de domicílio e lesão corporal.
Enquanto isso, os subtenentes José Teixeira dos Santos de Moraes, o sargento Marco Aurélio Nunes Pereira e o cabo Elizeu Teixeira Neves foram condenados a nove meses de prisão em regime aberto.
Relembre
O jornalista Sandro de Almeida Araújo, no dia 2 de julho de 2023, guiava seu carro no centro de Nova Andradina e retornou para a casa ao notar que era sondado por dois veículos que o seguiam.
Assim que desceu do veículo para abrir. No entanto, logo atrás dele também entrou os policiais que o dominaram e o derrubaram no chão, já na calçada.
Já caído no chão, contido por um suposto policial que o aplicou um golpe no pescoço, os homens que seriam policiais questionaram: “cadê os rojões, cadê os rojões” e, depois, quiseram conduzi-lo até a delegacia, pois o “delegado” teria algo contra o jornalista. Toda a cena foi captada por uma câmera de segurança instalada em frente à casa do jornalista.
Os rojões os quais os supostos policiais à paisana estariam atrás tem a ver, segundo o jornalista, com os fogos que estariam sendo soltos na cidade. E o motivo seria a transferência do comandante da corporação para uma outra cidade. Ele foi à delegacia depois e sozinho, onde registrou a queixa pela violência.
Fonte: CE/ML