Ceres Pet Shop
Posto Taquari

PUBLICIDADE

COP

Sucuris gigantes ‘tomando sol’ são flagradas por guia e turista durante passeio de canoa em MS

Por Redação

Em 4 de agosto de 2021

Sucuri foi fotografada até sair do rio Formoso, em Bonito — Foto: Daniel De Granville / Photo in Natura

Duas sucuris gigantes, que estavam tomando sol, foram flagradas por um guia de turismo que acompanhava um turista em um passeio de canoa, em um rio de água cristalina, na região de Bonito. O responsável pelas imagens, é o guia de turismo Vilmar de Oliveira Teixeira, que informou ainda que as cobras tratam-se de duas fêmeas.

Conforme relato do guia, os animais estavam às margens do rio tomando sol, já que no dia flagrante as temperaturas estavam abaixo do comum na região: “Nesse tempo em que está meio frio, elas [sucuris] saem de suas tocas ou da própria água para se aquecerem. Por isso que é possível fazer flagrantes incríveis como esse”, explicou ao G1.

Vilmar ainda relata que no dia flagrante, feito em 27 de julho, estava acompanhado de um amigo que visitava a região: “Esse meu colega que fiz durante o passeio que ele escolheu aqui na região, ficou encantado ao ver os animais”, relembra.

Ainda de acordo com Vilmar, todas as filmagens são feitas de uma distância para não perturbar as sucuris sempre respeitar seu espaço: “Meu objetivo é mostrar esse animal como forma de preservação e espero, que gerações futuras possa presenciar esse bicho tão incrível da nossa natureza”, finaliza.

Entenda o porquê que sucuris são mais vistas nesta época do ano

 

A doutora em ecologia pela Universidade de São Paulo (USP) e que também coordena um projeto voltado para as sucuris na região de Bonito, Juliana Terra, explica os principais motivos que facilitam observar as grande cobras. A especialista ressalta que nessa época do ano, é bastante comum que tenha o aumento da possibilidade de avistar as sucuris, isso por causa da chegada do inverno, momento em que as serpentes buscam manter-se aquecidas por meio da luz solar.

“Não é nada atípico desse ano. Pelo contrário, é bastante comum e tem alguns motivos para isso. O principal é a temperatura. Quando chega maio ou junho, quando vamos entrando em períodos e baixas temperaturas. Então é assim, sempre antes ou após uma frente fria, é comum que elas utilizem as horas do dia do sol para se aquecerem, já que a água nessa época fica muito fria, especialmente durante a noite. Então é comum que elas busquem sair da água, busquem as margens dos rios ou barrancos que sempre ficam próximos dos leitos. Ali elas buscam se aquecer sob o sol”, e ainda acrescentou:

“Não que nas outras épocas do ano elas não estejam ali. Qualquer época do ano elas estão neste local, só que a gente não consegue vê-las. São animais bastante quietos, não fazem barulho, elas são muito camufladas na água com sua coloração, enfim, é muito difícil avistá-las”, detalhou Juliana.

A especialista explica que as sucuris são ectotérmicos, ou seja, animais que não produzem calor metabolicamente, assim, buscando o aquecimento fora da água, momento em que a maioria dos registros fotográficos são feitos.

“Répteis em geral, são animais ectotérmicos que não produzem calor metabolicamente, diferente dos mamíferos. Então elas dependem de fonte externa de calor para se aquecer. Os ditos animais de sangue frio, que é um pouco errônea essa expressão, precisam sair para pegar um sol e desenvolver sua temperatura adequada para desenvolver sua atividades”, pontou a especialista em sucuris.

Uma outra explicação para as aparições, apresentada por Juliana, é o início do período reprodutivo. “Elas já estão entrando nesse período que corre de julho a outubro, então devido a isso começa a ser possível observá-las. Pois os animais ficam mais ativos no ambiente, as fêmeas começam a procurar o local adequado para a copular e os machos vão atrás delas”.

Os feromônios, hormônios liberados pelas sucuris fêmeas, que são sempre maiores, durante o processo de copulação faz com que mais machos da espécie saiam à procura do acasalamento, assim, aumentando a chance de ver os répteis, como a especialista explica.

Segundo o biólogo Daniel De Granville, que também trabalha como guia em expedições para a observação desses animais no estado, explica que no inverno é o período de acasalamento da espécie, o que torna mais fácil de avistá-las.

“As fêmeas acham um lugar adequado para a cópula e elas liberam feromônios. Esse feromônio atrai todos os machos da região. Então como eles estão nessa atividade, realmente aumenta a movimentação deles no ambiente e com isso a chance de poder avistá-los”, disse Juliana que ainda reforçou:

“Agora começa a época delas se deslocarem, Mas é a partir de junho, setembro é a época que acontece o acasalamento. Depois elas vão entrar no período de gestação que pode durar até seis meses até parir os filhotes. Então a gente presume que lá por fevereiro ou abriu mais ou menos, é quando ela vai parir”, explicou ao G1.

Juliana, que desenvolve pesquisas com as sucuris desde 2015, em Bonito, deixa claro que os avistamentos das cobras devem ser respeitoso. Ela disse que o fato desperta curiosidade nas pessoas, mas o distanciamento é a principal forma de mostrar a atitude ao animal, explicou a especialista.

Para tudo ficar “ok”, Juliana diz que os turistas não devem importunar as sucuris. “Os animais não oferecem risco algum, são muito tranquilos. O problema realmente é quando as pessoas querem importuná-las, temos que manter uma distância segura que tudo ficará ‘ok’. Esses turistas vão para Bonito para os turismo aquático. Com muitos turistas nos rios, já teria acontecido alguns acidentes, mas nunca aconteceu. O ponto primordial é o respeito. Elas não são um monstro como as pessoas acham que são”, frisou a doutora em biologia.

Sucuri flagrada durante expedição de fotógrafos, em MS. — Foto: Daniel De Granville/Photo in Natura
Deixe seu comentário...
Notícias de Coxim e Mato Grosso do Sul. PROIBIDA A REPRODUÇÃO sem autorização. JORNAL COXIM AGORA LTDA. CNPJ: 40.892.138/0001-67 – Últimas notícias de Coxim, Sonora, Pedro Gomes, Alcinópolis, Rio Verde de MT (MS), Costa Rica, Camapuã, São Gabriel do Oeste e Figueirão.
Crédito: Coxim Agora.