Segundo Osny Bellinati, presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens no Estado de Mato Grosso do Sul (Sindicam), a participação dos caminhoneiros autônomos do Estado na greve do dia 1 de novembro ainda não é certa.
“Estamos buscando um jeito de sermos notados e resolvermos essa situação dos preços abusivos do combustível sem nos manifestar assim e acabar piorando mais essa crise, no entanto, caso todos se unam, vamos participar”, explicou.
Osny ainda relata não saber como está a organização dos caminhoneiros de transportadoras para participar da ação.
Sobre o auxilio aos caminhoneiros autônomos anunciado por Bolsonaro, Osny disse que a quantia não minimiza o custo que a classe está tendo para trabalhar.
“O que vai resolver R$ 400 reais? Não adianta ficar dando esse auxílio se não tem expectativa de melhorar nossa vida, o caminhoneiro vai ter uma ajuda de R$ 400 reais, esse valor não da nem um tanque completo de diesel”.
Liderança nacional
Wallace Landim, conhecido como Chorão, um dos líderes da greve de 2018 dos caminhoneiros, afirma que não há chance de recuo em relação à paralisação marcada para segunda-feira (1º) se não houver sinalização do governo Jair Bolsonaro sobre mudança na política preços de combustíveis por parte da Petrobras.
Nesta segunda-feira (25), em movimentação contrária, a Petrobras anunciou novos reajustes nos preços da gasolina e do diesel em suas refinarias. A gasolina subirá 7% e o diesel, 9,1%. Segundo a estatal, os aumentos refletem a elevação das cotações internacionais do petróleo e da taxa de câmbio.
No domingo (24), Bolsonaro disse que não interferirá na tabela de preços.
“Isso mostra um andamento totalmente contrário àquele pelo qual estamos lutando. Estamos brigando por estabilidade no combustível, no gás de cozinha, para colocar em vigor leis já aprovadas, e é isso que a Petrobras faz”, diz Chorão.
“A cada dia a paralisação ganha mais força. E esse aumento de agora afeta também com quem trabalha diretamente com combustível, como motoristas de aplicativos. Também estou conversando com eles para envolver os demais setores na mobilização”, acrescenta.
“O governo, principalmente o ministério da Economia, está trabalhando para os acionistas. Sem preocupação em criar um colchão, um fundo de estabilidade”, afirma Chorão.
A reunião que estava originalmente marcada para quinta-feira (28) foi desmarcada pelo governo federal. Os caminhoneiros dizem não ter nova previsão de encontro.