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Maior porto seco do Estado está fechado para comércio exterior com protesto em Corumbá

Por Redação

Em 14 de março de 2022

Protesto no Porto Seco de Corumbá – Foto: (Reprodução)

Durante esta segunda (14) e terça (15), o Porto Seco de Corumbá estará fechado para operações de importação e exportação. Desde 24 de dezembro de 2021 a Receita Federal já realiza operação-padrão, que reduziu a liberação de cargas.

Nesses dois dias, está somando a essa situação o protesto de transportadores, que reclamam justamente sobre a situação da Receita Federal.

Cargas que demoravam em torno de 2 a 3 dias para serem liberadas, agora estão ficando na média de 15 dias para poderem continuar a viagem.

Essa processo de lentidão no comércio exterior na região aumentou os custos das transportadoras e de caminhoneiros autônomos, que ficam parados no Porto Seco.

Os transportistas esperam chamar a atenção de autoridades estaduais e federais para a situação com essa paralisação.

Por ano, o movimento no Porto Seco de Corumbá ultrapassa o volume financeiro de R$ 1 bilhão. Entre as cargas que cruzam o local está a ureia granulada, utilizada como fertilizante e produto atualmente em falta no mercado nacional;

“A gente protocolou, no Ministério Público, uma reclamação formal já prevendo o que estaria acontecendo hoje. Estamos pagando para trabalhar. Não recebemos apoio do Ministério Público. Estamos parados por dois dias, dar um tempo para o governo federal sentar com a Receita Federal e tentar resolver. Quem está pagando a conta desse problema é o comércio exterior, é a iniciativa privada, é o empresário”, apontou o presidente do sindicato dos transportistas para a região do Pantanal, Setlog Pantanal, Norival Júnior.

Conforme o setor de transportistas, o que acarretou em sérios prejuízos para os caminhoneiros e as empresas é que a mobilização da Receita Federal está entrando no terceiro mês, sem sinal de resolução. O Setlog chegou a informar que a situação poderia ser controlada, de forma financeira, caso o protesto da operação-padrão durasse de duas a três semanas.

Levantamento do sindicato aponta que o prejuízo nesses dois meses de operação-padrão representou no total de R$ 5 milhões.

“Pode chegar a R$ 7 milhões, dependendo da avaliação. Isso é só para as transportadoras. A cadeia logística também sofre, é o transportador, o exportador, despachante, importador, aduana”, sinaliza o presidente do Setlog Pantanal.

Os servidores da Receita Federal definiram realizar a operação-padrão em aduanas do Brasil após o governo federal determinar corte de cerca de 50% no orçamento da pasta.

Isso inviabilizou o pagamento de abono salarial para auditores-fiscais e analistas, brecou a realização de concursos públicos para as aduanas e também comprometeu sistemas de informática da Receita, conforme apontou o Sindifisco, sindicato da categoria.

Apesar de reuniões entre servidores do alto escalão da Receita Federal com ministros do governo de Jair Bolsonaro (PL), o corte orçamentário não foi revisto.

O governo federal não chegou a atender diretamente comissão do Sindifisco. Houve também solicitação para que congressistas atuassem junto ao Planalto, mas essa força política não surtiu efeito também.

Apesar do descontentamento na região, a reportagem identificou que o protesto está pacífico e não houve confronto entre os representantes do Setlog e caminhoneiros que chegaram no final de semana e nesta segunda-feira (14) para entrar na aduana.

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