O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) citou em uma das peças protocoladas na ação penal em que Fahd Jamil Georges e o filho dele, Flavio Correia Jamil Georges, são acusados de tráfico de armas, corrupção ativa e organização criminosa, uma possível rivalidade do grupo chefiado por pai e filho e integrantes supostamente ligados à organização criminosa Primeiro Comando da Capital.
Em uma das conversas interceptadas na investigação conduzida pelos policiais civis do Grupo Armado de Repressão e Roubos e Sequestros (Garras) e pelo próprio Gaeco, há um diálogo em que Flávio afirma que está esperando o isolamento do traficante Elton Leonel Rumich Silva, o Galã, para agir contra os outros integrantes do grupo rival.
O diálogo em questão é com outro denunciado na organização criminosa, o policial federal Everaldo Monteiro de Assis, o Jabá: “beleza, meu amigo, obrigado! Porque, até na época foi pedido pro “Dr. Carlinhos” pra vê (sic) se fazia o pedido e levava ele (Galã) pro Federal, por que tem um pessoalzinho dele aqui que “tá pela bola 8”, entendeu? Pra acabar com a raiz dele aqui, entendeu? Mas beleza meu amigo, obrigado!”, disse Flávio, ao despedir-se do policial federal, depois de tratar da situação de Galã, que na época estava preso na penitenciária de Bangu I, no Rio de Janeiro (RJ).
Atualmente, Galã está recolhido no presídio federal de Mossoró (RN).
Os promotores do Gaeco fizeram o seguinte comentário sobre a conversa interceptada: “Em outras palavras, Flávio Correia Jamil Georges (“Flavinho”) só estava esperando o isolamento de Elton Leonel Rumich da Silva (“Galã”) no Presídio Federal, para então eliminar (assassinar) os
demais integrantes do grupo (“pessoalzinho dele aqui que TÁ PELA BOLA 8”), isso para acabar com a vinculação dele na região de fronteira (“Pra acabar com a raiz dele aqui, entendeu?”).
Tal comentário ocorreu em peça do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, protocolada nestas semana, e que visa contrapor as preliminares apresentadas pelas defesas dos réus: Fahd, Flávio, Everaldo, além de outros denunciados na organização, como Jamil Name e Jamil Name Filho (estes, em presídio federal de Mossoró desde 2019).
Fahd Jamil Georges está preso desde o dia 19 deste mês, quando se entregou aos policiais do Garras. Ele alega problemas de saúde, e pede para ficar preso em casa (prisão domiciliar).
A Justiça, porém, espera por novos exames para definir se concede ou não o pedido de Fahd.
Flávio Correia Jamil Georges, continua foragido, com um mandado de prisão preventiva por cumprir.
O Gaeco acusa o grupo de Fahd de ligação com o grupo liderado por Jamil Name. Eles teriam se unido para a prática de tráfico de armas de grosso calibre, visando várias execuções, segundo os promotores de Justiça.
Galã
No caso de Galã, ele é envolvido em crimes como tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Elton Leonel Rumich Silva, o Galã do PCC foi preso em fevereiro de 2018, no bairro de Ipanema, no Rio Janeiro (RJ).
Ele foi preso enquanto fazia uma tatuagem, em um estúdio perto da praia. Em Campo Grande, Galã responde a processo na 3ª Vara Federal, onde é acusado de lavagem de dinheiro: ele e seus familiares são acusados de serem proprietários de 36 imóveis de fachada em Ponta Porã.