Secretário Estadual de Saúde, Geraldo Resende lamentou a decisão do prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), de ignorar restrições sanitárias recomendadas pelo governo Estadual.
O secretário disse que a ação é questionável, pois na quinta-feira (10), Trad se comprometeu a seguir as medidas restritivas impostas pela bandeira Cinza do Programa, e solicitou prazo de 72h para o município adotar as medidas necessárias.
Na reunião, estavam presentes o secretário municipal de Saúde José Mauro, o secretário de Governo, Antonio Lacerda e o procurador Geral do Município, Alexandre Ávalo.
“Fico perguntando o que levou o prefeito a romper um compromisso que tinha a sua própria assinatura e o aval de dois de seus secretários e o procurador do município”, disse Resende.
“O Ministério Público Estadual seguramente está atento a essa questão e deverá tomar as providências cabíveis. O que eu mais espero, porém, é que essa medida não resulte em mais mortes por Covid em nossa capital”, completou.
O governo de Mato Grosso do Sul decretou medidas mais restritivas para 43 municípios do Estado, incluindo Campo Grande, que se enquadram no grau de risco extremo de contaminação da Covid-19, classificado pela bandeira cinza.
O decreto em entrou em vigência no último domingo (13) e estabelece que, durante o período de 15 dias, apenas atividades consideradas essenciais poderiam funcionar.
Contudo, o prefeito da Capital decretou que as medidas restritivas adotadas na cidade deveriam voltar a ser as que estavam em vigor na semana passada, quando o município estava em bandeira vermelha, mesmo a cidade estando atualmente na bandeira cinza.
Desta forma, contrariando o decreto estadual, atividades consideradas não-essenciais e que estavam proibidas de funcionar pelo prazo de 15 dias, poderão voltar ao funcionamento, desde que respeitando as normas de biossegurança.
Casos
Mato Grosso do Sul enfrenta a terceira onda do contágio da Covid-19. A média móvel diária está 40 óbitos e 1.605 casos novos da doença, totalizando 7.517 óbitos e 314.445 casos. confirmados de coronavírus.
As quatro macrorregiões do Estado estão com ocupação global entre 90% e 100%, chegando a extrapolar o percentual de 100% para leitos de UTI pelo SUS. No Estado, 182 pessoas aguardam por leitos, sendo 92 pacientes internados em unidades de Saúde de Campo Grande.
Devido à falta de vagas nos hospitais, 31 pessoas tiveram que ser enviadas para serem internadas em outros Estados, sendo cinco moradores de Campo Grande.