Restando exatos 17 dias para o primeiro turno das eleições 2022, os candidatos que disputam o governo de Mato Grosso do Sul já arrecadaram, juntos, R$ 25,7 milhões, cifra que supera em 110% o valor coletado nos dois turnos do pleito de quatro anos atrás, em 2018, montante de R$ 11,9 milhões.
Na eleição passada, a sucessão foi disputada por seis concorrentes, agora, sete postulantes brigam pela sucessão.
Para se ter ideia do salto no custo das eleições de 2018 para cá – ano que reelegeu o governador Reinaldo Azambuja, do PSDB, e que superou o dobro daquele pleito –, neste período, a correção inflacionária bateu a casa dos 26,03%. Traduzindo: o valor da campanha eleitoral superou em 8,5 vezes a inflação.
O salário mínimo em 2018 era de R$ 954,00, hoje, R$ 1.212,00, subida de apenas 27% ante os 110% de acréscimo nas despesas com campanhas dos políticos que querem governar MS.
Em 2018, o Fundo Eleitoral, ou o Fundão, recurso público que sai do bolso do contribuinte, irrigou as contas de campanha dos candidatos ao governo estadual com R$ 10,1 milhões.
Essa cifra foi transferida no período dos dois turnos. Agora, antes mesmo do primeiro turno, o Fundão destinou R$ 23,5 milhões às campanhas dos candidatos.
Nestas eleições, cujo primeiro turno ocorre em 2 de outubro, quem mais captou recursos para a campanha foi o candidato do PSD ao governo, o ex-prefeito Marquinhos Trad, que coletou R$ 6,4 milhões.
A deputada federal Rose Modesto, que concorre ao governo pelo União Brasil, já coletou R$ 5,6 milhões. Toda essa quantia foi transferida para bancar a campanha da postulante por meio do Fundão.
Em 2018, o candidato ao governo que mais juntou dinheiro para pagar sua campanha, mas nem sequer alcançou o segundo turno, foi ex-deputado estadual Junior Mochi, do MDB. O emebista arrecadou R$ 4,8 milhões.
Nesta eleição, o ex-governador André Puccinelli, que concorre pelo MDB, já captou R$ 5,7 milhões, a maior parte, perto de 99%, por meio do Fundão.
O postulante do PSDB, Eduardo Riedel, é quarto entre as maiores arrecadações, que já juntou R$ 3,8 milhões.
Na sequência, aparece a petista Giselle Marques, advogada, que angariou do Fundão R$ 3,4 milhões. Quatro anos atrás, o professor Humberto Amaducci, então candidato do PT ao governo, arrecadou R$ 478 mil para a campanha, soma quase sete vezes inferior ao já captado por sua colega Giselle.
O QUE PODE
De acordo com as regras eleitorais fixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul podem gastar com suas campanhas, ainda no primeiro turno, R$ 6,2 milhões.
E, se houver o segundo turno, os concorrentes podem acrescer mais R$ 3,1 milhões. Isso significa que o governador eleito deste ano, se a disputa for definida no segundo turno, pode gastar na campanha até R$ 9,3 milhões.
Em 2018, a soma era inferior: R$ 4,9 milhões no primeiro turno e, se fosse o caso, R$ 2,4 milhões no segundo turno, totalizando R$ 7,3 milhões.
Já o limite legal de gastos dos candidatos ao senado é de R$ 3,1 milhões; do deputado federal, a mesma quantia, R$ 3,1 milhões. E o deputado estadual pode investir até R$ 1,2 milhão em sua campanha.
ATÉ EXCLUÍDOS
A prestação de contas, de acordo com o TSE, “é um dever de todos os candidatos, com seus vices e suplentes [Senado], e dos diretórios partidários nacionais e estaduais, em conjunto com seus respectivos comitês financeiros, se constituídos. Essa é uma medida que garante a transparência e a legitimidade da atuação partidária no processo eleitoral”, afirma o TSE.
O candidato que renunciar à candidatura, dela desistir, for substituído ou tiver seu pedido de registro indeferido pela Justiça Eleitoral (JE) deverá prestar contas correspondentes ao período em que participou do processo eleitoral, mesmo que não tenha realizado campanha.
Se houver dissidência partidária, os dissidentes também deverão prestar contas.