Ex-policiais militares envolvidos em roubo de cocaína já tinham condenações por tráfico de drogas, conforme divulgado pelo Delegado Francis Freire, da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Roubos e Furtos (DERF).
A investigação, denominada como operação “Impostores”, foi deflagrada pela Polícia Civil nesta segunda-feira (20), para cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão, referentes a criminosos que se passavam por policiais civis para roubar drogas em Campo Grande.
Segundo o delegado, os dois ex-policiais carregavam duas condenações cada um por tráfico de drogas. Um deles era aposentado e o outro estava afastado das funções de policial há anos. Os outros dois investigados não são ex-policiais e eram vigilantes.
Segundo o delegado, foram presos o ex-policial afastado e um vigilante, em flagrante, portando parte das drogas com eles. Já o ex-policial aposentado e o outro vigilante estão foragidos.
Os suspeitos são investigados por roubo majorado, tráfico de drogas, associação com o tráfico de drogas e por fingir-se servidor público.
A polícia estima que a quadrilha atuava há cerca de dois anos roubando drogas de “guarda-roupas”, locais em que uma pessoa, sem relação “direta” com o tráfico, guarda as drogas para os traficantes buscarem.
Ao todo, os criminosos roubaram 65 kg de cocaína, dos quais a polícia recuperou 18 kg.
Como começou a investigação
Segundo a polícia, no dia 18 de novembro, um homem residente no Bairro Aguadinha noticiou inicialmente que sofreu um roubo em sua residência, ocasião em que teriam sido subtraídos joias, aparelhos celulares e R$ 15 mil em dinheiro.
Após ser confrontado com várias inconsistências, o homem revelou que, na verdade, atuava como “guarda roupa” (gíria conhecida por guardar drogas para traficantes).
Ele explicou que teria sido abordado por indivíduos que se identificaram como policiais civis da DENAR (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico).
Tais indivíduos usavam roupas operacionais, portavam arma de fogo, algemas e se chamavam entre si de “stive” (forma que um policial se dirige a outro nas ações policiais), bem como utilizavam os veículos VW/Gol de cor vermelha e GM/Ônix de cor prata.
Os supostos policiais acabaram realizando revista na casa, oportunidade em que “apreenderam” 65 kg de cocaína e dois aparelhos celulares.
Os autores efetuaram a “prisão” do homem, colocando-o no interior do GM/Ônix, informando que o conduziram à DENAR.
Todavia, os falsos policiais liberaram o homem no Bairro Cristo Redentor e seguiram para local desconhecido em poder da droga e celulares subtraídos.
O homem relatou que somente registrou o boletim de ocorrência noticiando falsamente a subtração de dinheiro e joias porque estava desesperado em obter imagens de câmeras de segurança na vizinhança e, assim, prestar contas da perda da droga pertencente à facção criminosa, sob pena de ser morto.
De qualquer forma, este homem responderá legalmente por tráfico de drogas.
Fonte: Correio do Estado