Caroline Florenciano dos Reis Rech, de 30 anos, presa sob suspeita de torturar crianças da creche “Cantinho da Tia Carol” da qual era proprietária, em Naviraí, foi transferida para o presídio feminino de Rio Brilhante e está em cela isolada.
Conforme apurado pelo Campo Grande News, a transferência aconteceu no final da manhã desta quinta-feira (13), por motivos de segurança, uma vez que o caso teve bastante repercussão na cidade dos fatos. O município de Rio Brilhante está a uma distância de aproximadamente 205 quilômetros de Naviraí.
No dia da prisão, ocorrida na segunda-feira (10), Caroline ameaçou tirar a própria vida ainda na delegacia, porque se fosse solta ou encaminhada para um presídio, estaria “ferrada”, diante dos fatos divulgados em toda imprensa. Após a crise, decidiu dar a versão dela sobre os fatos.
O caso – Investigando denúncia de maus-tratos na creche, delegados e investigadores de Naviraí viram e ouviram, ao vivo, a bebê de 11 meses sofrendo agressões físicas e psicológicas na segunda-feira, dia 10, quando começaram monitoramento à distância usando equipamentos de filmagem escondidos instalados no estabelecimento com autorização judicial. Além disso, assistiram à menina ser dopada. Diante da violência e risco que crianças corriam nas mãos de Caroline, a equipe da Polícia Civil decidiu invadir a creche e prendeu as duas adultas que estavam no local.
De acordo com o registro policial, “logo no início da operação, às 10h35, a investigada Caroline agrediu fisicamente uma bebê, posteriormente identificada como menina* de 11 meses”. Segundo a descrição, pelo monitoramento em tempo real, foi possível ver que a criança estava em um colchão no chão, sozinha, e havia saído do local, momento que a cuidadora pega a pequena e joga de volta no acolchoado.
“Foi perceptível a violência empregada por Caroline, bem como a intenção de castigar a pequena criança em virtude do choro”, anotou a delegada Sayara Baetz, que redigiu o documento.
Treze minutos depois, a garotinha voltou a chorar e, então, apanhou. Como o equipamento instalado no “Cantinho da Tia Carol” captava imagem e áudio, conforme registrado, a investigada xingou a criança de “sem vergonha” e comentou com a funcionária que quando a menina começasse a andar, “estavam lascadas”.
A bebê continuou chorando sozinha, mas logo parou. Neste momento, equipe da DAM foi enviada para ficar de prontidão próximo à creche caso fosse necessária intervenção rápida.
Os policiais que permaneceram na delegacia perceberam que as imagens não estavam sendo gravadas e diante da necessidade da coleta de provas, técnicos foram chamados para resolver a questão.
Quem assistia à câmera começou a estranhar que a menininha estava há muito tempo parada, não tentava se levantar do colchão, engatinhar ou se arrastar, parecendo estar dopada. Às 12h45, a funcionária de Caroline foi vista dando remédio para a neném, que logo dormiu.
Prisão preventiva – No fim da tarde de terça-feira (11), o juiz Paulo Roberto Cavassa de Almeida decidiu manter a dona da creche presa para a “garantia da ordem pública, dada a gravidade concreta dos fatos, consubstanciada pela violência contra crianças”.
A funcionária Mariana de Araújo Correia, 26, pagou fiança de R$ 1.320,00 (um salário mínimo) e deixou a delegacia, mas o juiz registrou que poderá “reexaminar” a ideia de permitir que ela responda a inquérito e processo em liberdade.
O advogado da dona da “escolinha”, Mauro José Gutierre, enviou texto assinado pela cliente à reportagem que diz: “os fatos não deram da forma como estão sendo divulgados e propagados nas redes sociais”.
Fonte: CGNews/ML