Sob aplausos e com segurança policial no entorno do Cemitério Santo Antônio, o empresário Jamil Name foi velado e sepultado na tarde desta quarta-feira (29). Encarcerado no Presídio Federal de Mossoró (RN) desde outubro de 2019, Name contraiu coronavírus em maio e faleceu em decorrência da doença no dia 27 de junho, aos 82 anos.
Nome conhecido na Capital e no Estado, Jamil Name foi sepultado com a presença de aproximadamente 150 pessoas, entre elas o filho e deputado estadual Jamilson Name e o cunhado Jerson Domingos, conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado). Por conta das condições restritivas, por causa do coronavírus, o velório e sepultamento do empresário duraram cerca de meia hora.
O vereador Carlão (PSB) falou ao Midiamax que lembrava do lado político de Name, que sempre ajudava na campanha do agasalho. “Vim em respeito, porque sempre que precisamos ele nos ajudou”, disse sobre a União Campo-grandense de Associações de Favela. “Quem pode julgar é Deus, só conheci o lado bom de Jamil e jamais viraria as costas para quem só fez coisas boas”, disse.
Já o conselheiro Jerson Domingos preferiu não falar “É um momento bem desagradável para falar com a imprensa após tanta injustiça”. O filho Jamilson contou como o pai era uma referência para ele. “É um momento de muita dor. A gente sabe que chega a hora para todos, mas nunca estamos preparados”, disse. “Nunca vou esquecer tudo o que ele me ensinou e o quanto ele era importante para Campo Grande”, afirmou o parlamentar.
Após o velório, Name foi aplaudido antes de ser sepultado. Ao final do sepultamento, o advogado que fazia a defesa do empresário nos processos da Omertà relatou ao Midiamax como foi o processo de internação até a morte de Name. “Não tem alguém com mais de 80 anos, com a quantidade de doenças que Jamil tinha, que tenha ficado preso por tanto tempo em uma unidade federal, num regime tão duro que é o RDD, sem condenação nenhuma”, alegou.
Jamil Name tinha contra ele 7 mandados de prisão e foi detido em setembro de 2019, na primeira fase da Omertà. “Recentemente o incidente de insanidade mental confirmou que ele teve demência senil, ainda que em grau leve, ocasionada depois do recolhimento em cárcere. Ou seja, o cárcere trouxe uma doença nova”, relatou o advogado.
Bunning ainda contou a dificuldade que teve para receber informações e atualizações sobre o estado de saúde do paciente. “Só sabia que ainda estava vivo pelas audiências em videoconferência. Diziam que eu estava exagerando”, contou. Conforme o advogado, Name teve um mal súbito no dia 24 de maio, permaneceu na enfermaria do presídio e no dia 31 foi levado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Já no dia 2 de junho ele foi entubado e no dia 6 de junho extubado. No entanto, aproximadamente uma semana depois, foi entubado novamente. O estado grave impossibilitava a transferência de Name para outro hospital, conforme preferência da família do empresário. Em decorrência do coronavírus, Name acabou falecendo.
O corpo do empresário foi transferido para Campo Grande na manhã desta quarta-feira, horas antes do velório.