
No início da tarde desta segunda-feira (21), Campo Grande registrou mais um episódio de incêndio com fumaça alta em uma vegetação, desta vez, localizado no Jardim América, região sul de Campo Grande. Nos últimos dias, fatos como esse tem sido comuns, o que é reflexo do período de estiagem, tempo seco e baixa umidade do ar predominantes em todo o Mato Grosso do Sul.
De acordo com vizinhos, o fogo começou ainda no horário de almoço e é frequente naquela região, principalmente nesse período de seca. “Apaga esse fogo agora e daqui uns dias já pega fogo de novo! As pessoas jogam lixo, cigarro, e nesse tempo seco, qualquer coisa é motivo pra um incêndio”, disse a dona de casa Juliana Silva, que mora na frente do terreno há mais de 60 anos.
Moradora de um condomínio vizinho do local do incêndio, a personal trainer Paula Santana afirmou que o terreno é limpo apenas quando são promovidos eventos no Parque de Exposições Laucídio Coelho, que é próximo da área de vegetação. “Nesse período, o terreno fica limpo e iluminado e serve de estacionamento”, disse ela, ressaltando que a presença de moradores de rua também é frequente naquele local que fica abandonado na maior parte do ano.
A 3ª sargento Sinaya, do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, estava responsável pela ação e afirmou que a corporação foi acionada por volta do 12h30, e até as 13h30, a reportagem do Correio do Estado estava no local e ainda havia fumaça.
OUTRO CASO
Na sexta-feira (18), conforme divulgado pelo Correio do Estado, um incêndio atingiu um terreno baldio no bairro Jardim Campo Novo, em Campo Grande.
O fogo se espalhou rapidamente na vegetação e a fumaça pôde ser vista de longe. Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas para controlar as chamas. Não houve vítimas. Conforme moradores da região, o local é frequentemente atingido por fogo, principalmente em época de seca.
A dona de casa Lisnayra de Jesus Peralta, de 24 anos, mora ao lado do terreno e afirmou que teve que subir no muro e tentar apagar as chamas com água, na tentativa de que elas não atingissem plantas altas que ela tem no quintal. “Eu tenho bronquite asmática e sempre que isso acontece eu preciso me medicar com bombinha e inalação paraconseguir respirar”, disse.
ALERTA
A orientação do Corpo de Bombeiros é que a população esteja mais atenta com qualquer potencial causador de incêndio, especialmente nos períodos de baixa umidade e falta de chuvas, como é o caso do inverno.
Segundo a corporação, qualquer fagulha pode ser levada pelo vento e, com a soma de outros fatores, o fogo se espalha rapidamente. “É importante as pessoas terem consciência, pois os incêndios em terrenos e áreas de vegetação, podem prejudicar a saúde, trazer animais peçonhentos para dentro das residências, e causar sérios danos, pois o fogo pode sim atingir moradias”, explicou o capitão Eduardo Tracz.
BAIXA UMIDADE
Ainda nesta segunda-feira (21), o Instituto Nacional de Meteorologia – (Inmet), renovou o alerta de risco à saúde e de incêndios, que segue vigente das 9h22 às 22h desta segunda-feira, com exceção da região sul do Estado.
De acordo com o Instituto, a umidade do ar pode variar de 20 a 30% em 60 cidades de Mato Grosso do Sul. Além disso, a condição é de perigo potencial para problemas de saúde e incêndios florestais.
Nesse cenário, a principal recomendação é manter a hidratação, ingerir bastante líquido e evitar exposição ao sol e desgaste físico nos horários mais quentes.
ESTADO DE EMERGÊNCIA
No dia 27 de março desse ano, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, assinou um decreto de emergência de 180 dias. A intervenção acontece em razão das condições climáticas que favorecem a propagação de focos de incêndios florestais, sobre qualquer tipo de vegetação, fatores que atingem a qualidade do ar.
Conforme o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), o volume hídrico abaixo da média histórica é um dos fatores que também impactaram na tomada de decisão.
“Volume hídrico abaixo da média histórica para o período na região do Pantanal. O decreto de emergência vale por 180 dias e permite que a gente comece a ordenar todas as ações, com ações de prevenção. Estaremos fazendo ações de combate a incêndios florestais. O decreto foi baseado nas condições climáticas adversas no pantanal”, destacou Verruck.
Em outubro do ano passado, a pasta já havia destacado a situação de emergência devido a estiagem prolongada, nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, pelo período de 180 dias, decreto que iniciou em outubro de 2024 e terminaria em 19 de abril de 2025.
Fonte: CE/ML








