Após buscas feitas na ‘cela vip’ do narcotraficante Faustino Ramón Aguayo, o Ministério Publico paraguaio agora investiga a possibilidade de a chacina ter sido motivada por ciúmes e também por acerto de contas entre membros do crime organizado na região. Nesta quarta-feira (13), tanto o governo paraguaio, em conjunto com a Polícia Federal do Brasil, como o Governo do Mato Grosso do Sul anunciaram força-tarefa para conter a onda de violência.
Durante a vistoria feita na Penitenciária Regional Pedro Juan Caballero na manhã desta quinta-feira (14), foi constatado que a cela mais parecia um apartamento de luxo. Para a surpresa dos promotores envolvidos na operação, com o traficante estava a jovem Mirna Keldryn Romero Lesme, de 22 anos.
Ela é apontada como “pivô” do atentado, segundo informações do ABC Color, uma vez que seria a ex-namorada de Osmar “Bebeto” Álvarez, supostamente envolvido com o narcotráfico e que foi assassinado pelos pistoleiros. Ela também tinha amizade com Haylée Acevedo, filha do governador de Amambay, Ronald Acevedo, que também foi morta na onda de violência.
A polícia investiga também se o ataque, que resultou na morte de quatro pessoas, estaria relacionado a um acerto de contas entre traficantes de drogas, uma vez que as investigações indicaram que Bebeto teria uma dívida com Faustino Ramón Aguayo.
Considerando a ligação que Mirna Keldryn tinha com Haylée, as investigações levam a polícia a acreditar que a filha do governador também era alvo da chacina, uma vez que ela vinha sendo apontada como atual namorada de Bebeto.
Força-tarefa em MS
Segundo o secretário Antônio Carlos Videira, policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar), Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos Assaltos e Sequestros), Batalhão de Choque, DOF (Departamento de Operações da Fronteira), Polícia Rodoviária Estadual, Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos), Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) e PMA (Polícia Militar Ambiental), que participam da Operação Hórus, do Ministério da Justiça, serão enviados para as cidades-gêmeas.
Quanto ao pedido de envio da Força Nacional e Exército, o secretário afirmou que não tem pretensão de solicitar, pelo menos por enquanto. “As mortes foram em território paraguaio e nossas forças policiais reforçam a segurança de Ponta Porã até Sete Quedas”.
As cidades que receberão o efetivo são: Coronel Sapucaia, fronteira com Capitán Bado, Ponta Porã, com a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, Paranhos, com Ypejhú, e Sete Quedas, com Pindoty Porã.
Ainda conforme o secretário, o único homicídio ocorrido no lado brasileiro — do vereador de Ponta Porã Farid Afif — é investigado pela DEH (Delegacia Especializada de Homicídios). “A princípio, o homicídio do vereador não tem nenhuma ligação com os quatro homicídios ocorridos em Pedro Juan Caballero”, afirmou em referência ao atentado ocorrido no sábado (9), que vitimou a filha do governador do Departamento de Amambay, Haylée Carolina Acevedo, de 21 anos.
As equipes permanecerão na linha internacional por tempo indeterminado e operam em sintonia com a Polícia Nacional Paraguaia.