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Chuvas previstas para esta semana em Mato Grosso do Sul devem ser ácidas

Por Redação

Em 24 de agosto de 2021

Chuvas previstas para Mato Grosso do Sul devem ser ácidas – Marcelo Victor/Correio do Estado

Após dias de estiagem em Mato Grosso do Sul, a chuva prevista para esta semana deve cair mais ácida que o normal, em decorrência de componentes químicos e poluentes resultantes de queimadas.

O professor Widinei Alves Fernandes, doutor em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) explica que a chuva não poluída é levemente mais ácida que o normal.

Enquanto a água tem PH 7, as chuvas possuem PH 5,6, por causa da interação com o CO2, produzindo o ácido carbônico (H2CO3).

Durante o período de inverno, com tempo seco e grandes intervalos sem as chuvas, as queimadas provocam na atmosfera os óxidos de nitrogênio e de enxofre, que reagem com a chuva para formar outros ácidos.

“Assim, as primeiras chuvas devem apresentar uma acidez maior”, ressaltou.

Segundo informações do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), o tempo deve virar a partir de quinta-feira (26) em Mato Grosso do Sul.

Pode ocorrer temporais com rajadas de vento muito fortes, trovoadas, chance de granizo e pancadas de chuva que podem derrubar árvores e postes.

Fernandes informou que será instalado amanhã (25) um equipamento para coletar e testar o PH da água.

O meteorologista Natálio Abraão também confirmou a chuva ácida para o Estado.

“Se chover, a reação com a água produz ácido carbônico, que é altamente irritante na pele e olhos”, disse.

O professor Fernandes ressalta que o maior problema são os efeitos no solo, lagos e estruturas, devido ao acúmulo dos resíduos, que podem provocar danos a longo prazo.

“Se houver na atmosfera fuligem, também a atmosfera vai lavar essas partículas”.

Enquanto a chuva não chega, a umidade relativa do ar permanece em níveis baixíssimos nesta terça-feira (24), com índices entre 10% e 35%. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é de 60% ou mais.

Contudo, o tempo chuvoso contribuirá para queda nas temperaturas e elevação dessa umidade relativa do ar.

No mesmo período do ano passado, o Estado também sofreu com as chuvas ácidas.

Com o Pantanal registrando recordes de focos de incêndios, a atmosfera ficou carregada com diversos componentes químicos.

Dados de satélite mostraram que só de dióxido de nitrogênio houve uma concentração quatro vezes maior em setembro de 2020.

 

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