Dados do boletim da sala de situação do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL) indicam que os rios Aquidauana e Paraguai continuam em situação de estiagem mesmo após a chuvarada do fim de semana.
O rio Paraguai atinge altura negativa (-66cm) nesta terça-feira (31) na estação telemétrica de Porto Esperança.
O índice representa que o nível da água encontra-se abaixo da régua, de acordo com a assessoria de imprensa do Imasul.
A altura da água encontra-se abaixo da cota desejada nas estações telemétricas de Porto Murtinho, Ladário e São Francisco.
A situação é pior na estação de Ladário, quando o nível do rio Paraguai atinge 19cm na manhã desta terça-feira.
O nível do Rio Aquidauana alcança 1,99m nesta terça-feira, bateu 1,97m na segunda-feira (30) e 1,88m no domingo (29). Todos os níveis representam estiagem.
Os rios Aporé e Piquiri também estão com índices abaixo do normal.
O rio Aporé atinge 83cm na estação telemétrica de Cassilândia e o rio Piquiri beira os 2,17m na estação telemétrica Pousada Taiamã nesta terça-feira.
O meteorologista Natálio Abrahão afirma ao Correio do Estado que as chuvas do fim de semana foram insuficientes para normalizar os níveis dos Rios Aquidauana e Paraguai.
“Mato Grosso do Sul ficou abaixo do esperado e mesmo com chuvas abundantes e significativas não serão suficientes para normalizar esses níveis. As chuvas ocorridas nesses últimos dias não serviram para repor os níveis nem de longe”.
Além disso, Abrahão alerta que as bacias dos rios continuarão abaixo da normalidade neste ano e provavelmente ano que vem.
Dos 24,8mm esperados para o mês de agosto em Corumbá, choveu 4,8mm, ou seja, 80,7% a menos que o esperado para mês, de acordo com o meteorologista.
A estação de inverno contribui para queda nos níveis dos rios devido ao baixo índice pluviométrico e seca prolongada.
O nível do rio Paraguai tende a abaixar ainda mais tendo em vista que a seca vai até o mês de outubro.
O Serviço Geológico do Brasil emitiu comunicado de que os patamares na bacia do rio Paraguai estão entre os menores já registrados para esta época do ano.
É necessário 860mm de chuva ou precipitação 50% além da média dos primeiros sete meses do ano para normalizar a situação do rio Paraguai, de acordo com professor do Instituto de Física da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Vinícius Capistrano.
“Este é o terceiro ano com a região pantaneira mais seca que o normal. Assim, para voltarmos à normalidade, vai depender de uma recuperação lenta com aumento de chuva moderado ou de uma recuperação mais rápida mediante uma estação chuvosa com volumes de precipitação substancialmente acima da média climatológica”, afirmou em 2 de agosto deste ano.
O aposentado Jaime de Oliveira é morador do município de Corguinho e afirma que a água do Rio Aquidauana está limpa devido à escassez de chuvas, porém “ruim para pescar”.
“Está bom para tomar banho. A água está bem limpinha. Uma delícia. Mas, infelizmente não está bom para peixe”.