Casal perdeu R$ 9 mil ao ser vítima de golpe na tarde desta quarta-feira (2), em Campo Grande, ao tentar comprar um veículo. Eles viram um anúncio de venda de um Chevrolet Corsa Classic, ano 2010/11, no espaço de compra e venda do Facebook, chamado Marketplace, e entraram em contato com o anunciante.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado sobre o caso, o Corsa foi anunciado pelo dono do veículo por R$ 20 mil, mas o golpista, que se identificou como João Guilherme, duplicou o anúncio na rede social oferecendo-o por R$ 14 mil. Com o verdadeiro dono, o golpista combinou a venda e que repassaria o dinheiro a ele assim que recebesse. Foi o anúncio duplicado, feito pelo bandido, que foi visualizado pelas vítimas e usado para o estabelecimento das negociações.
Judson Ramos, uma das vítimas, e o suspeito conversaram por texto e áudio no Whatsapp. Nesses contatos, João Guilherme afirmou que o carro era de um cunhado que devia dinheiro a ele. Por isso, ele estava vendendo o carro do cunhado para poder receber o valor que lhe era devido.
Encontro – Dessa forma, o bandido agendou um encontro entre as partes, mas avisou que não iria, já que o carro estava na posse do cunhado dele. No encontro, as vítimas conheceram o suposto cunhado de João Guilherme, um homem de 70 anos que confirmou ser familiar do negociante, atestando ainda que João era de confiança.
O veículo foi vistoriado por Judson, informações junto ao Detran foram levantadas e, como estava tudo certo, as transferências financeiras foram feitas: uma para André Oliveira Pires no valor de R$ 5 mil, e outra para Vanessa Pires do Nascimento, de R$ 4 mil.
“Assim que transferimos o dinheiro, a foto do João Guilherme desapareceu do WhatsApp, nenhuma ligação completava mais, nem mensagens eram recebidas”, conta Raphaela Oliveira, uma das vítimas.
Diante da situação, o dono do veículo, o idoso encontrado pessoalmente pelo casal, afirmou que não conhecia João Guilherme e que havia sido convencido pelo bandido a mentir sobre o parentesco deles.
Prejuízo – Raphaela detalha que os R$ 9 mil perdidos foram juntados com muito sacrifício após 6 anos de trabalho e com a venda de uma moto que ela tinha. “Vendi a moto e juntei o dinheiro para poder comprar um carrinho que eu pudesse usar pra levar meus filhos na escola. Com a moto, eu precisava levar a filha mais velha primeiro, voltar em casa, buscar o filho do meio e levá-lo na escola”, compartilha Raphaela. Mas agora, com um bebê de 1 ano e 4 meses, o carro se tornou ainda mais necessário, já que precisa levar o pequeno para a creche, que fica longe da casa onde mora.
“Hoje mesmo eu tive que pegar uma transferência de escola pros meus filhos. Meu marido tem carro, mas ele usa para trabalhar e é muito corrido, por isso muitas vezes ele não consegue ir buscar. Então a minha cunhada se prontificou a ajudar, buscando os mais velhos na escola para eu poder trabalhar”, explica.
Polícia – “Este golpe é muito comum e nesta modalidade o estelionatário engana as duas partes. Temos divulgado amplamente este tipo de golpe e orientado a população a não aceitar intermediação de terceiros na negociação, nem fazer transferências sem antes ter certeza de que está comprando mesmo do real proprietário, mas infelizmente algumas pessoas continuam caindo”, explica a assessoria de imprensa da Polícia Civil.
Durante a confecção do registro na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, o policial que atendeu o casal afirmou que não é possível responsabilizar o proprietário do veículo, porque ele também foi lesado. No entanto, o dono do carro mentiu para as vítimas, dizendo ser parente do suspeito e que o acusado era de confiança. Para o casal, o proprietário do veículo foi cúmplice do suspeito e não foi lesado em nada, já que não perdeu o bem dele, uma vez que o casal que perdeu R$ 9 mil.
Questionada sobre isso pelo Campo Grande News, a Polícia Civil afirmou que devido ao tipo de crime, provavelmente o boletim de ocorrência será encaminhado para a delegacia da área para que haja instauração de inquérito policial para investigar os fatos. Além disso, “quanto à palavra final em relação à posse do veículo, geralmente ela tem sido dada pelo Poder Judiciário. O casal pode procurar o juizado especial e verificar em detalhes quais são os direitos deles nesse caso”, finaliza a assessoria.
Judson, o esposo de Raphaela, realiza trabalho especializado em refrigeração, ar condicionado e máquina de lavar. Para contratar os serviços dele e ajudar a família a recuperar a quantia que perdeu, entre em contato pelo Instagram da empresa: www.instagram.com/climaqms.
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