O caos e a má gestão da saúde pública de Campo Grande, que resultou, inclusive, na exoneração do ex-secretário José Mauro Filho, afetou diretamente os serviços de atendimento da cidade, seja o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas também no Corpo de Bombeiros.
A falta de macas para controlar o fluxo de atendimento de pacientes nas mais variadas ocorrências é um dos problemas escancarados na cidade. O caso foi denunciado por um vereador na Câmara Municipal, que recebeu o apoio da casa, mas que necessariamente se expandiu para os leitos.
Conforme noticiado pelo TopMídiaNews, o vereador Carlão, concordou que a falta de macas é um problema a ser resolvido, mas lembrou que a falta de leitos resulta nessa triste situação. “A falta de leitos é o causador da falta de maca, não é culpa da prefeita. É culpa da falta de investimentos de outros entes para construção dos leitos. Falta gestão na Sesau, isso não tem o que dizer sobre a falta de administração.”
A Santa Casa de Campo Grande, um dos hospitais de referência e com o maior fluxo de pacientes recebidos pelo SAMU, através da central de regulação da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), afirmou para a reportagem, em nota, que “o número de pacientes que chegam ao Pronto-Socorro é maior do que a capacidade física do hospital”.
Mesmo informando que a superlotação é uma realidade, o hospital explicou que mais pacientes são encaminhados, gerando uma ‘bola de neve’, já que as pessoas precisam ficar nas macas, devido à falta de leitos. “Então, sem leitos disponíveis suficientes para atender a demanda, eles precisam aguardar atendimento na maca. Ou seja, o problema não é retenção de macas, e sim a quantidade de pacientes em atendimento no Pronto-socorro ao mesmo tempo”, acrescenta.
E a Santa Casa ainda finaliza a nota. “Vale ressaltar que a Santa Casa sempre foi responsável com a liberação das macas, por entender a importância da utilização delas pelas Unidades de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e pelo Corpo Bombeiros, porém, a não liberação não depende do hospital, mas sim da possibilidade numérica de pacientes em atendimento.
Sem maca, sem viatura e sem atendimento
Dessa forma, com um número reduzido de macas, o atendimento a ocorrências tradicionais em Campo Grande, como acidentes de trânsito, atendimento psiquiátrico e clínico, e até mesmo as mais graves envolvendo situações policiais, ficam prejudicadas.
Entretanto, a Sesau rebateu a denúncia de que haveria a falta de macas e jogando a ‘culpa’ nos hospitais que estariam “deixando as macas presas”.
“SAMU conta com seis macas extras, além dos equipamentos que são dispostos em cada viatura, não havendo, portanto, falta dos mesmos. Ocorre que há uma recorrente retenção destes equipamentos por parte dos hospitais o que, por sua vez, inviabiliza o funcionamento das viaturas e, consequentemente, o atendimento à população”.
Quem também entra nessa matemática é o Corpo de Bombeiros, que estaria prejudicado com a falta de viaturas. Ou seja, além das macas que potencialmente ficam mais que o tempo previsto, encaram uma falta de veículos capazes de realizarem atendimento.
A reportagem colheu algumas informações que apontam que há um déficit de viaturas no atendimento diário do Corpo de Bombeiros de Campo Grande. Com isso, o atendimento rápido que era visto pela população e bem desempenhado, acabou prejudicado por esse problema e causou estranheza na população nas demoras.
Houve um encaminhamento para o Corpo de Bombeiros, mas a solicitação não teve retorno. Portanto, o espaço segue aberto para qualquer eventual resposta da corporação.
Já pelo lado da Prefeitura, a nota de retorno apontou ser 12 viaturas operando em Campo Grande. “Atualmente, o SAMU opera com 12 viaturas que são empregadas no atendimento de vítimas de acidentes de trânsito, emergências clínicas e no transporte interhospitalar de pacientes. Em média, o serviço recebe 20 mil ligações e realiza 4 mil atendimentos dos mais variados níveis de complexidade”, finaliza.