Campo Grande é a capital brasileira com maior alta no preço dos alimentos em 2024, de acordo com microdados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação atingiu os dois dígitos e fechou o ano com alta de 11,3%, a maior entre as capitais. Campo Grande também ficou acima da média nacional, que foi de 8,23% no Brasil.
A carne bovina puxou a alta da inflação na capital sul-matogrossense. Maior demanda externa e interna e restrições climáticas (estiagem e queimadas) provocaram o aumento do preço da carne.
As outras capitais com maior alta são Goiânia (10,65%), São Paulo (10,07), São Luís (9,56%), Rio Branco (9%), Belém (8,87%), Rio de Janeiro (8,70%) e Belo Horizonte (8,51).
Porto Alegre (2,89) registrou o menor valor, em razão da intensa oferta de produtos da região por conta das ajudas recebidas nas enchentes de maio.
A nível nacional, a alta no Brasil foi de 8,23%. Veja o gráfico:
CAPITAL | INFLAÇÃO (%) |
CAMPO GRANDE (MS) | 11,3% |
GOIÂNIA (GO) | 10,65% |
SÃO PAULO (SP) | 10,7% |
SÃO LUÍS (MA) | 9,56% |
RIO BRANCO (AC) | 9% |
BELÉM (PA) | 8,87% |
RIO DE JANEIRO (RJ) | 8,7% |
BELO HORIZONTE (MG) | 8,51% |
BRASIL | 8,23% |
CESTA BÁSICA
A cesta básica em Campo Grande atingiu o 4° maior valor entre as capitais do Brasil em 2024.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor da cesta foi de R$ 770,35, valor que consome 58,98% do salário mínimo. Já o valor da cesta para uma família de quatro pessoas foi de R$ 2.311,05.
A jornada de trabalho necessária para comprar uma cesta básica em dezembro foi de 120 horas e 2 minutos.
Café em pó (58,69%), óleo de soja (39,31%) e carne bovina (29,90%) registraram as variações mais expressivas em 2024.
Tomate (-7,93%), banana (-2,50%), leite de caixinha (-2,27%), manteiga (-0,60%) e feijão carioquinha (-3,39%) registraram as maiores retrações de preços em dezembro de 2024.
A ex-ministra da Agricultura, senadora Tereza Cristina (PP-MS), culpou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela alta no preço dos alimentos.
Ela não economizou críticas e disse que o Governo Federal não fez o dever de casa.
“Não vejo motivos para importação de alimentos. O governo mais uma vez não faz o dever de casa de cortar gastos, cria desconfiança que gera aumento de inflação, de juros e do dólar. É isso que está aumentando os preços; não há nenhum desequilíbrio no agronegócio brasileiro. Será que o governo está procurando jogar a culpa para o setor? Não vai colar”, afirmou a senadora em entrevista ao Estadão.
Fonte: Correio do Estado