Na semana passada, autoridades de Mato Grosso do Sul apreenderam 2.260 sachês de Snus que estavam sendo transportados para o Rio Grande do Sul. O flagrante, inédito no Estado, jogou luz a um novo tipo de cigarro, com alta concentração de nicotina, sem fumaça e com grande número de adeptos em parte da Europa.
Informações de uma indústria norte-americana de tabaco explicam o Snus como uma bolsa de celulose, onde contém um pó fino de tabaco que é colocada entre a gengiva e a bochecha ou lábio superior. A nicotina é absorvida pela mucosa oral.
São colocados aditivos de sabor que deixam o produto mais atraente. E há diferenças entre o produto produzido nos Estados Unidos e na Europa, sendo que o primeiro tem menos sabor de tabaco, não é tão úmido quanto o Snus sueco e tende a ser mais doce. O Snus sueco tem como característica o forte sabor de tabaco.
Bombando na Europa
Reportagem da Agência AFP, publicada pelo O Globo, em 2023, aponta o Snus como uma febre entre os suecos. O país europeu trava uma luta pelo fim do cigarro convencional, o que fez o produto à base de nicotina, mas que não produz fumaça, se tornar popular.
Na época da reportagem, dados mostravam que o Snus era consumido por um em cada 7 suecos. E apesar de parecer, o produto não é novo, tem 200 anos e é banido da União Europeia desde 1992, com exceção da Suécia e Noruega.
Com alta concentração de nicotina e, consequentemente, alto poder de dependência, o uso do Snus também tem muitos adeptos entre jogadores do Premier League. Reportagem do Globo Esporte de 2024 aponta que muitos jogadores usavam o produto.
Na época, muitos admitiram que usam e já foram flagrados com o Snus na boca. Afirmaram ao globo Esporte que “todo mundo usa”, mas admitiram que gera influência até na parte cognitiva.
Perigos à saúde
A SES (Secretaria de Estado de Saúde) esclarece que cada um dos 2.260 sachês apreendidos contêm 6,5 mg de nicotina, o que representa 6,5 vezes mais do que a quantidade absorvida pelo corpo humano a partir da utilização de um cigarro comum (aproximadamente 1 mg de nicotina).
Esse nível elevado de nicotina aumenta significativamente o risco de dependência química e pode ocasionar complicações graves, como câncer de boca, esôfago e estômago, além de problemas cardiovasculares e metabólicos.
Além do Snus, foram apreendidas 6.600 cápsulas de fitoterápicos falsificados, muitos dos quais continham medicamentos alopáticos como ibuprofeno e corticoides. Essas substâncias, quando consumidas sem orientação médica, podem causar gastrite, úlceras, falência renal e complicações metabólicas, como diabetes e hipertensão.
Fonte: Midiamax