A Marinha do Brasil comunicou, por meio de nota assinada pela CFPN (Capitania Fluvial do Pantanal), que abrirá inquérito administrativo a fim de apurar as causas e responsabilidades do acidente que matou o pescador Carlos Américo Duarte, de 59 anos, no último sábado (1º).
O autor do acidente foi identificado como Nivaldo Thiago Filho de Souza, genro de uma parlamentar de MS e servidor comissionado da Casa Civil de MS. Segundo relato de testemunhas, ele estaria sob influência de álcool e estaria no sentido contrário das demais embarcações, além de ter fugido do local do acidente. Um vídeo também mostra o desespero dos pescadores minutos após o acidente.
O comunicado da CFPN, que é subordinada ao Comando do 6º Distrito Naval, traz que, ao ser comunicada do acidente, deslocou uma equipe ao local e, ao chegar lá, confirmou a morte do pescador, além de duas pessoas feridas.
A reportagem apurou que tanto a Polícia Civil como a Marinha ficarão a cargo da investigação. Conforme o boletim de ocorrência, a princípio, Nivaldo responderá pelo homicídio culposo e também por duas lesões corporais culposas. Ele teria recusado fazer exame de alcoolemia, mas teria confessado ter bebido. Nivaldo também teria confirmado não ser habilitado para conduzir a lancha.
Após ser localizado, Nivaldo foi levado à delegacia, mas liberado na sequência. A reportagem apurou que a perícia na embarcação de Nivaldo e no local do acidente deve ter início nesta segunda-feira (3).
Acidente
Conforme boletim de ocorrência, Nivaldo estaria embriagado enquanto conduzia uma lancha, de forma imprudente, no momento em que, numa curva, atingiu a embarcação em que o pescador estava com o filho, no encontro dos rios Aquidauana e Miranda, região conhecida como Touro Morto. O local fica compreendido no município de Miranda, a 168 quilômetros de Campo Grande, onde o caso foi registrado.
De acordo com o relato do filho da vítima, após a colisão, Nivaldo jogou garrafas de bebidas no rio e fugiu em alta velocidade, fato que foi comprovado por uma testemunha. Ele acabou localizado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) em uma camionete Hilux na BR-262, com a mulher e os filhos, que também estavam na embarcação.
Apesar de confessar que havia bebido, ele não quis fazer o teste de bafômetro, foi levado para a delegacia e ouvido, mas liberado. Foi apurado então que ele não tem o Arrais, documentação necessária para pilotar a embarcação, mas disse que era apto.
Segundo a polícia, durante a fuga, a lancha de Nivaldo começou a afundar e a tripulação precisou ser socorrida. No caso, Nivaldo teria sofrido lesão no braço esquerdo.