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Acusada de bruxaria, indígena torturada em aldeia de MS é resgatada

Por Redação

Em 8 de março de 2022

Foto: Reprodução

A indígena que aparece em um vídeo que circula nas redes sociais e é ameaçada de ser queimada viva por um suposto capitão armado, foi resgatada neste sábado (5) da Aldeia Campestre, em Antônio João, cidade distante 303 quilômetros de Campo Grande. Ela estava em cárcere privado e teve parte do cabelo cortado.

Os ataques contra a indígena, que é acusada de praticar ‘feitiçaria’, já estavam sendo acompanhados pela OKA (Observatório Kuñangue Aty Guasu Grande Assembleia das Mulheres Kaiowá e Guarani). Membras da organização estiveram na aldeia Campestre e conseguiram retirar Dona Joana, como é conhecida a rezadeira de 55 anos.

Nas imagens, o suposto capitão, identificado por moradores como Vicente, aparece gritando com a indígena, que é obrigada a sentar-se no chão. Em seguida, ele pega uma tesoura e começa a cortar o cabelo dela.

A reportagem que no último sábado (5) divulgou denúncias de intolerância religiosa praticada em sete cidades de Mato Grosso do Sul, conversou com uma conselheira da Kuñangue Aty Guasu que acompanha o caso de Joana.

“Ela me disse que essa denúncia veio do nada e que uma das filhas chegou da escola e disse que a liderança da aldeia pediu para ela se apresentar no posto às 13 horas da tarde do dia 28 de fevereiro”, relata a conselhgeira da organização.

De acordo com informações da Kunangue Aty Guasu, a vítima estava sendo mantida em cárcere privado em um quarto na aldeia Campestre, cumprindo “castigo” imposto pelo capitão juntamente com uma das filhas menor de idade, ela e a filha ficavam sem comida durante o dia inteiro.
“Segundo levantamentos do nosso observatório, Joana seria queimada em frente à escola na comunidade”, diz um trecho da nota divulgada nesta segunda-feira (7) pela Kuñangue Aty Guasu, e ressalta ainda que a vítima e as filhas, todas menor de idade, se encontram em local sigiloso, sob proteção jurídica da organização.

Diante das graves denúncias de violações de direitos humanos, o NUPIIR (Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Povos Indígenas e da Igualdade Racial e Étnica), encaminhou ofício à Delegacia da Polícia Federal de Ponta Porã, pedindo a abertura de Inquérito. No documento também foi solicitada a proteção da vítima.

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Crédito: Coxim Agora.