Foi ouvido, nesta quinta-feira (25), o ex-presbítero, amigo de Rosinaldo Andrade Messias, de 41 anos, e da esposa, responsável por conseguir o passeio de lancha para a família no Rio Paraná. Foi durante o passeio, no último domingo (21), que Rosinaldo foi filmado abusando da enteada de 6 anos com um beijo na boca, o que depois acabou com a morte do acusado em Itaquiraí.
Segundo o delegado Eduardo Lucena, responsável pelas investigações, o ex-presbítero era amigo do casal há pouco tempo. Ele disse que não conhecia muito bem Rosinaldo e a namorada, mas que nunca tinha reparado nada anormal entre o homem e as enteadas — meninas de 1, 6 e 12 anos.
No entanto, a testemunha chegou a dizer que Rosinaldo era “muito carinhoso” com as crianças, mas nunca tinha visto comportamento diferente. As meninas foram afastadas do convívio e levadas para um abrigo pelo Conselho Tutelar, onde permanecem até segunda ordem Judicial.
Assim, desde que a denúncia chegou à polícia, as crianças não tiveram mais contato com a mãe, que é investigada pela omissão, já que presenciou o abuso e nada fez. Em áudios, a mulher chegou a dizer que se arrependia de ter publicado o vídeo no status do WhatsApp, mas não fez qualquer comentário sobre o abuso.
Outras testemunhas ainda são ouvidas sobre o caso e segue em investigação o caso de estupro, bem como o homicídio de Rosinaldo. Tanto o amigo ex-presbítero, quanto o piloteiro da lancha, afirmam que não viram o momento em que Rosinaldo beijou a menina.
Abuso filmado
A mulher que vivia maritalmente com Rosinaldo há apenas 3 meses contou estar bêbada no dia em que postou as imagens do homem beijando a filha dela, e que nunca havia notado nenhum comportamento estranho do marido em relação às filhas.
Ela ainda contou que estavam todos embriagados na lancha e postou o vídeo no status do seu WhatsApp, que acabou sendo compartilhado por outras pessoas. As imagens viralizaram e, após isso, Rosinaldo passou a receber várias ameaças de morte. De acordo com o delegado, no dia do crime, o casal foi levado até a delegacia, onde prestou depoimento e foi liberado, já que não havia flagrante.
O delegado diz ter feito o pedido da prisão de Rosinaldo, mas, antes da Justiça expedir o mandado, ele acabou assassinado com um tiro na nuca. Segundo a polícia, ao menos duas pessoas participaram do crime e já teriam sido identificadas.
Em depoimento especial, a menina que aparece sendo abusada no vídeo não relatou nenhum outro abuso anterior por parte de Rosinaldo.