Nos dias 13 e 20 de novembro deste ano, será aplicada a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A menos de um mês das duas etapas, estudantes de todo o país se preparam e precisam lidar com anseios e ansiedade que costumam aparecer em período mais próximo à prova.
As provas costumam ter longa duração de tempo, sendo quase uma verdadeira maratona.
No primeiro dia, os estudantes terão cinco horas e meia para responder 90 questões das provas de Linguagens e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias, além de escrever uma redação de até 30 linhas.
Já no segundo dia, serão dadas cinco horas para que os estudantes realizem as questões objetivas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias.
O estudante Breno Rezende, 18 anos, vai fazer a prova do Enem pela terceira vez. Neste ano, ele ingressou em um cursinho para se preparar e conquistar uma vaga no curso de medicina.
Ele conta que ainda não tem enfrentado a ansiedade de fato, mas que já sente mais a pressão em relação à importância da prova.
“Quem realmente precisa da nota do enem, no caso de uma boa nota né, estão ansiosos e tensos sim”, disse Breno, lembrando dos colegas também.
Em situações prévias a provas importantes, a ansiedade e a pressão costumam gerar uma sensação de desconforto, medo e preocupação diante de algo novo, desconhecido ou desafiador.
No caso do Enem, fatores como uma prova muito extensa, que exige bom desempenho, conhecimento do conteúdo, que acontece apenas uma vez ao ano, fazem com que os estudantes fiquem mais tensos.
De acordo com o neurocientista Fabiano de Abreu Agrela, a ansiedade faz parte do instinto, mas o mais importante a ser entendido é que ela funciona como uma pendência.
O neurocientista explica como a ansiedade age no corpo das pessoas ansiosas e como isso está relacionado aos nossos instintos.
“Quando se está ansioso, a sensação é ruim, remete a memórias negativas pois a ansiedade por si só faz parte do instinto e busca através desta memórias uma solução” explicou.
A proximidade da prova e o quanto ela influencia no futuro do estudante pode ser um dos fatores que o deixe nesse estado de alerta, que pode até atrapalhar na hora da avaliação.
Ansiedade
O Ministério da Saúde orienta a importância de estar atento aos sinais de quando a ansiedade passar de uma situação isolada para um acontecimento mais constante.
Levando-se em conta o aspecto técnico, devemos entender a ansiedade como um fenômeno que ora nos beneficia ora nos prejudica, dependendo das circunstâncias ou intensidade.
Como explicado pelo neurocientista Fabiano de Abreu Agrela, a ansiedade é esse estado de alerta, que muitas vezes pode salvar nossas vidas diante de uma situação de risco.
Segundo informações do Ministério da saúde, a ansiedade estimula o indivíduo a entrar em ação, porém, em excesso, faz exatamente o contrário, impedindo reações.
O órgão explica que os sintomas aparecem como:
- preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar);
- sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer;
- preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho;
- medo extremo de algum objeto ou situação em particular;
- medo exagerado de ser humilhado publicamente;
- falta de controle sobre os pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem independentemente da vontade;
- pavor depois de uma situação muito difícil.
Como lidar
As agências de saúde e instituições de ensino costumam dar algumas dicas de como lidar com a pressão e ansiedade antes de provas importantes. Algumas delas são:
- Verifique o local da prova com antecedência
- Pratique exercícios físicos
- Aprenda exercícios de respiração
- Durma cedo no dia anterior à prova
- Evite estudar na véspera do exame
- Mantenha uma atitude positiva
- Alimente-se corretamente
- Programe-se para chegar cedo ao local do exame
- Escute uma música relaxante
- Converse com alguém que possa ajudar a se tranquilizar
- Preste atenção nos detalhes
- Confie no seu potencial
Caso essas práticas não funcionem, é importante que o estudante procure alguma ajuda e apoio junto à família e amigos, bem como acompanhamento especializado com profissionais da saúde.
Enem
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi instituído em 1998, com o objetivo de avaliar o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica.
Em 2009, o exame aperfeiçoou sua metodologia e passou a ser utilizado como mecanismo de acesso à educação superior.
Desde 2020, o participante pode escolher entre fazer o exame impresso ou o Enem Digital, com provas aplicadas em computadores, em locais de prova definidos pelo Inep.
As notas do Enem podem ser usadas para acesso ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e ao Programa Universidade para Todos (ProUni).
Elas também são aceitas em mais de 50 instituições de educação superior portuguesas.
Além disso, os participantes do Enem podem pleitear financiamento estudantil em programas do governo, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Os resultados do Enem possibilitam, ainda, o desenvolvimento de estudos e indicadores educacionais.