A ruptura da barragem no condomínio de luxo Nasa Park, localizado entre Jaraguari e Campo Grande, provocou um desastre significativo nesta terça-feira (20). Imagens aéreas capturadas mostram o antes e depois da catástrofe, evidenciando a extensão dos danos causados pela força das águas. O rompimento não só devastou várias casas de luxo como também resultou na destruição de um trecho da BR-163, gerando uma imensa cratera.
De acordo com relatos, a barragem rompeu por volta das 9h30, horário local, surpreendendo motoristas que trafegavam pela rodovia. Rosane Ferreira Amorim, uma das motoristas presentes, descreveu a cena como caótica, com a água invadindo rapidamente a pista e criando um cenário de destruição. “Ouvi um barulho e, logo em seguida, a água já havia tomado conta do trecho da rodovia”, relatou.
Entre os mais afetados, está a autônoma Luzia Ramos do Prado, que perdeu tudo o que possuía. Sua casa foi totalmente destruída pela inundação. “Trabalho de 36 anos, não sobrou nada. Estou com a roupa do corpo, mas agradeço a Deus por estarmos vivos”, desabafou Luzia, ainda em estado de choque após a tragédia.
O condomínio Nasa Park, que já havia sido notificado diversas vezes sobre a necessidade de manutenção na barragem, estava com o sistema de drenagem obstruído, o que pode ter contribuído para o desastre. Segundo o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), durante a última vistoria, em 2023, foram identificadas diversas falhas que requeriam ações preventivas urgentes, incluindo a limpeza da vegetação e a desobstrução do sistema de drenagem.
O governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) e do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), está avaliando os danos e trabalhando em rotas alternativas para o tráfego na região, utilizando a rodovia estadual MS-010 como desvio. As autoridades também estão utilizando aviões e drones para monitorar a área afetada e auxiliar nas operações de reparo.
Em resposta ao incidente, a administração do Nasa Park emitiu uma nota lamentando profundamente o ocorrido e informando que estão colaborando integralmente com as autoridades para investigar as causas do rompimento. “Nossa prioridade é garantir a segurança dos moradores e colaboradores. Engenheiros especializados já estão realizando um estudo detalhado para determinar as causas do rompimento e propor as medidas corretivas”, afirmou a administração.
O caso levanta questões sérias sobre a responsabilidade e a segurança em empreendimentos de grande porte, especialmente em áreas com infraestrutura crítica. As investigações estão em andamento, e a expectativa é que o fluxo normal na BR-163 seja restabelecido em pelo menos 15 dias. Enquanto isso, moradores e autoridades continuam lidando com as consequências desta tragédia que abalou a região.
Fonte: Da redação