
Em resposta à chegada de navios de guerra russos à Cuba na quarta, os Estados Unidos enviaram um submarino nuclear de ataque rápido à Baía de Guantánamo, no país caribenho. A embarcação da Marinha americana chegou nesta quinta-feira (13) ao local, que fica do outro lado de onde a fragata russa está, na capital Havana.
Segundo o Comando Sul do exército americano, o submarino designado é chamado USS Helena, tem capacidade nuclear e já está nas águas da base militar que os EUA operam na Baía de Guantánamo desde 1903. O local também tem uma prisão americana onde terroristas estão presos.
A parada em Guantánamo faz parte de uma “visita de porto rotineira” enquanto o submarino viaja pela região do Comando Sul, afirmou o órgão do Exército americano.

Crédito: Ministério de Defesa da Rússia
Os quatro navios de guerra da Rússia estão em Cuba, um aliado histórico, para exercícios militares planejados entre os dois países e anunciado no início do mês. A movimentação elevou as tensões entre EUA e Rússia porque dois dos navios de combate enviados têm capacidade nuclear. Espera-se que os navios russos permaneçam no país caribenho até 17 de junho.
Os EUA disseram que o exercício não representa uma ameaça, mas estão monitorando de perto, segundo o Conselheiro de Segurança, Jake Sullivan. Mesmo assim, além do submarino, o governo americano designou uma frota para monitorar os navios russos, que inclui três destróieres lançadores de mísseis, um navio da Guarda Costeira e uma aeronave de patrulha marítima, segundo a imprensa americana.
O Ministério das Relações Exteriores cubano disse que se trata de operação entre dois países com uma amizade histórica. “Nenhum dos barcos carrega armas nucleares, então a parada no nosso país não representa uma ameaça para a região”, disse a pasta cubana em nota.
A caminho para Cuba, os navios russos realizaram exercícios militares no Oceano Atlântico, em que simularam ataques a alvos marítimos a 600 quilômetros de distância com mísseis hipersônicos, segundo o Ministério de Defesa russo.
O exercício militar russo em Cuba lembra a Guerra Fria e é interpretada como uma demonstração de força russa no contexto da piora das relações entre a Rússia e o Ocidente por conta da guerra na Ucrânia nas últimas semanas. O presidente russo Vladimir Putin disse que poderia utilizar armas nucleares caso sentisse que a soberania do país estivesse ameaçada. Mais recentemente, diante da possibilidade da Ucrânia utilizar armas fornecidas pelos aliados contra a Rússia, Putin ameaçou enviar armamentos a países aliados.
Navios de guerra russos
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Pessoas observam chegada da fragata russa Almirante Gorshkov em Havana, em 12 de junho de 2024 — Foto: Alexandre Meneghini/Reuters
A movimentação elevou as tensões entre EUA e Rússia porque dois dos navios de combate enviados são modernos e têm capacidade nuclear. A frota enviada a Cuba contém quatro navios:
- Navio de Guerra Almirante Gorshkov;
- Submarino nuclear Kazan;
- Navio de reabastecimento Pashin;
- Rebocador Nikolai Chiker.
As embarcações Gorshkov e Kazan estão equipadas com mísseis hipersônicos do tipo 3M22 Zircon, que tem alcance de 1.000 quilômetros e superam em nove vezes a velocidade do som. Eles também levam mísseis de cruzeiro Kalibr e mísseis antinavio Onyx, segundo o Ministério da Defesa russo.
Fonte: g1/ML