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Dez anos depois do naufrágio do cruzeiro Costa Concordia, onde estão a embarcação e o comandante Schettino?

Por Redação

Em 13 de janeiro de 2022

Foto: Divulgação

Um navio tombado, um comandante irresponsável e um acidente que causou mais de 30 mortes no mar na Itália completam 10 anos nesta quinta-feira (13). O cruzeiro Costa Concordia tombou na costa da Isola del Giglio, na Toscana, após uma manobra malsucedida do capitão Francesco Schettino.

No dia 13 de janeiro de 2012, o Costa Concordia se chocou com um aglomerado de rochas e naufragou. A embarcação teve o casco perfurado pelas pedras.

O erro causou um corte na corrente elétrica, que também afetou o gerador que existia dentro do barco.

Das 4.229 pessoas que estavam no cruzeiro, 32 morreram e 64 ficaram feridas.

Durante o julgamento do agora ex-capitão, alguns tripulantes disseram que ele teria feito a manobra para chamar a atenção de uma dançarina moldava com quem estava tendo um caso extraconjugal.

‘Vada a bordo, cazzo’

Schettino foi um dos primeiros a abandonar o navio. Segundo ele, o choque o ejetou e, como o seu substituto estava trabalhando, ele decidiu que não seria bom voltar, já que as medidas de naufrágio seriam conduzidas pelo “comandante reserva”.

A polícia, em suas investigações, encontrou um telefonema do ex-capitão com a Guarda Costeira. Na ligação, Gregorio de Falco (representante da Guarda) ordenou para que Schettino voltasse e ajudasse no resgate das mais de 4.200 pessoas presas na embarcação (ordem que não foi obedecida). Durante o diálogo, reproduziu uma frase que ganhou fama mundial imediatamente: “Vada a bordo, cazzo”.

“Ouça, Schettino, talvez você tenha se salvado do mar, mas eu vou fazer você ficar muito mal. Farei você pagar por isto. Vá para bordo!”, gritou De Falco para Schettino. A palavra italiana que De Falco usou, “cazzo”, é uma gíria para o órgão sexual masculino, mas é usada corriqueiramente na Itália para enfatizar alguma coisa.

O episódio gerou muita repercussão na época e resultou em um movimento virtual com a frase dita por Gregorio. A expressão chegou a ser estampada em camisetas e vendida na internet.

O que aconteceu com o comandante?

Logo após a tragédia, Francesco Schettino foi afastado das suas funções na empresa e ficou detido em prisão domiciliar até julho do mesmo ano (2012).

Depois desse período, o ex-comandante assumiu uma posição defensiva em relação ao ocorrido. Em sua primeira entrevista depois do acidente ele pediu desculpas ao povo italiano e reconheceu a culpa pelo ocorrido.

Schettino foi processado e, durante seu julgamento, disse que deveria ter sido avisado pelas pessoas que estavam na ponte de comando:

“Achava que estávamos longe da costa, mas, na realidade, o navio estava fora da rota em quatro minutos devido às condições climáticas. Se eu não tivesse visto essa bendita espuma, nada seria falado. Fui enganado pelo silêncio dos oficiais na ponte de comando”, disse o ex-comandante do cruzeiro Costa Concordia.

Com o avanço das investigações, o italiano foi julgado e condenado a 16 anos de prisão por homicídio, naufrágio e por ter abandonado o navio. Hoje, ele está cumprindo a pena no centro de detenção de Rebibbia, em Roma.

O que aconteceu com o Costa Concordia

Após ter sido afundado por Schettino, o navio teve mais da metade do seu casco submerso na costa da Isola del Giglio, na Toscana.

Mais de dois anos e meio depois do acidente, o navio foi resgatado e retirado da água.

Em setembro de 2013, a defesa civil italiana anunciou que havia encontrado uma maneira de retirá-lo das rochas — mas a operação só foi começar em setembro de 2014.

Foram estendidos cabos no topo do navio para que ele não escorregasse durante o resgate. Depois foi projetado um fundo falso para preencher o espaço vazio entre a embarcação e o fundo do mar da região. Além disso, alguns tanques de metal foram instalados para funcionarem como boias.

Após ser retirado das rochas e carregado por esses equipamentos, o Costa Concordia foi rebocado até o porto de Gênova e, posteriormente, desmontado.

Como era o navio?

O Costa Concordia havia entrado em atividade em 2006 e era o modelo mais luxuoso da empresa Costa Cruzeiros.

A embarcação tinha 290 metros de comprimento e pesava 112 mil toneladas. Além disso, tinha capacidade para 3.780 passageiros e mais 1.100 tripulantes.

A embarcação continha vários andares e dispunha de muitas atrações. Entre elas destacavam-se quatro piscinas, centro esportivo de 2 mil m², teatro com 3 andares e vários outros luxos.

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Crédito: Coxim Agora.