O sequenciamento genético de restos humanos de 45.000 anos de antiguidade revelou uma migração para a Europa e mostrou que as misturas com populações neandertais foram mais comuns do que se acreditava.
Esses restos humanos, que incluem um dente inteiro e fragmentos de ossos, foram encontrados em uma caverna na Bulgária em 2020.
O sequenciamento genético sugere “que pertenciam a uma migração humana moderna na Europa que ainda não se conhecia” na história genética das migrações, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (7) pela revista Nature.
Além disso, constitui uma “prova de que houve uma certa continuidade entre os primeiros humanos modernos na Europa e os homens que viveram mais tarde na Eurásia”, acrescenta o estudo.
São descobertas que “mudam a nossa compreensão inicial das primeiras migrações humanas na Europa”, afirmou Mateja Hajdinjak, pesquisadora do Instituto de Antropologia Evolutiva alemão Max Planck, que dirigiu a pesquisa.
Isso mostra como “a história dos europeus modernos pode ter sido tumultuada na Europa” e que esta pode “ter implicado substituições de populações”, explicou Hajdinjak à AFP.
Os restos, encontrados na caverna Bacho Kiro na Bulgária, mostraram em um primeiro momento que os humanos conviveram com os neandertais na Europa antes do que se pensava.
No entanto, a análise genética dos restos também revelou que esses primeiros humanos e neandertais se reproduziam entre si mais do que se acreditava.
Todos os “indivíduos da caverna Bacho Kiro têm ancestrais neandertais em cinco ou sete gerações anteriores à sua, o que sugere que as misturas entre esses primeiros humanos na Europa e os neandertais eram frequentes”, segundo Hajdinjak.
A primeira evidência dessa mistura surgiu na descoberta de um único indivíduo, chamado Oase 1, de 40.000 anos de idade, na Romênia.