Há anos, os arqueólogos debatem sobre como as primeiras populações do norte da América viviam – em especial, eles questionam os hábitos alimentares desses indivíduos. Até então, para responder essa dúvida, as hipóteses eram baseadas em evidências indiretas, como na análise de instrumentos de caça, por exemplo. Contudo, um novo estudo sugere que tal resposta pode estar escondida nos ossos uma criança que viveu 13 mil anos atrás.
Foi assim que eles descobriram que cerca de 35% a 40% da sua dieta vinha de mamutes, com outros animais grandes como alces e bisões compondo o resto. Pequenos mamíferos, por vezes considerados uma importante fonte de alimento, desempenharam um papel muito menor em sua dieta; apenas 4%.
Como destaca o site Science News, essas porcentagens não são um instantâneo de uma refeição, mas refletem pelo menos um ano da dieta da mulher, pois os isótopos levam tempo para se acumular nos tecidos. E como o povo Clóvis no oeste da América do Norte compartilhava comportamentos e equipamentos semelhantes, é provável que outros também tivessem dietas semelhantes.
Impacto dos Clóvis no ecossistema
De acordo com os investigadores, essas descobertas também sugerem que os primeiros humanos podem ter contribuído para a extinção de grandes animais da era glacial. Isso, especialmente impulsionado pelas mudanças ambientais, as quais reduziram seus habitats.
“Se o clima está mudando de uma forma que reduz o habitat adequado para algumas dessas megafaunas, então isso as torna potencialmente mais suscetíveis à predação humana”, afirma Ben Potter, colaborador do projeto. Chatters complementa: “tínhamos a combinação de uma cultura de caça altamente sofisticada e populações ingênuas de megafauna sob estresse ambiental”.
Fonte: Galileu