Tor4Beer
Zito Gás

PUBLICIDADE

Magalu

Trigo, café e óleo de soja continuam subindo no Brasil com guerra, diz Abia

Por Redação

Em 23 de maio de 2022

Foto de arquivo de um campo de trigo de inverno em Husachivka, na região de Kiev em 17 de abril, 2020. (Foto: REUTERS/Valentyn Ogirenko)

O conflito entre Rússia e Ucrânia continua impulsionando os preços de commodities agrícolas utilizadas pela indústria de alimentos, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia). No caso do trigo e do óleo de soja, a oferta desses produtos está diretamente relacionada ao conflito. Já os preços do café refletem a volatilidade do mercado financeiro em meio à guerra.

O preço do trigo subiu 2,3% de março a abril no mercado interno. Em um ano (abril de 2021 a abril de 2022), a alta do valor pago pelo cereal no mercado interno foi de 18,5%, atingindo R$ 1.903 por tonelada, conforme o levantamento da Abia. O preço em dólar do cereal importado avançou 1,8% no mês e 76% no ano, de acordo com o relatório da Abia.

A Abia lembra que a commodity é dos principais produtos exportados por Rússia e Ucrânia. O presidente executivo da associação, João Dornellas, ressalta em nota que o mercado global de trigo continua com “muitas incertezas” em virtude do conflito no Leste Europeu, que prejudica a oferta mundial da commodity, em meio à demanda aquecida e estoques globais reduzidos.

“Os preços internacionais permanecem com tendência de alta, elevando os do mercado interno e os dos demais países do Mercosul”, afirmou Dornellas, acrescentando que a entidade não trabalha com o risco de desabastecimento interno da commodity, já que a Argentina é o principal fornecedor do Brasil.

Os impactos da guerra também foram observados no mercado de óleos vegetais, de acordo com a Abia. A associação destaca que a Rússia é o segundo maior exportador de petróleo do mundo e, consequentemente, em meio ao conflito, o preço do óleo bruto subiu, impulsionando também o biodiesel – feito à base de óleo de soja. Este cenário de demanda firme por óleos vegetais, pela elevada paridade do petróleo, e de restrições na oferta levaram os preços do óleo de soja a um patamar recorde, segundo a Abia.

De acordo com o levantamento da entidade, no mercado interno, o preço do óleo de soja caiu 1,9% em abril ante março, mas acumula alta de 37,3% em um ano, para R$ 11.189 a tonelada ao fim de abril. A entidade atribui a queda mensal do óleo à valorização do real ante o dólar na primeira quinzena do mês.

Já os preços internacionais da commodity, em dólar, ficaram estáveis em abril ante março e subiram 39,1% em relação a abril do ano passado. “Os preços tendem a permanecer elevados nos mercados interno e externo devido ao aumento da demanda mundial por óleo de soja, diante das restrições de oferta. Maior exportadora mundial, a Argentina está com restrição de produção e a Indonésia restringiu a exportação de óleo de palma, o que aumenta a demanda por óleo de soja, pressionando a oferta de óleos vegetais no curto prazo”, projeta Dornellas.

Outra commodity que tende a seguir em alta, na avaliação da Abia, é o café robusta. A entidade estima que os preços do café robusta seguirão pressionados no mercado interno. De março para abril, a cotação do café robusta subiu 6,1% no mercado interno, para R$ 13.561 por tonelada ao fim de abril.

O aumento foi impulsionado, segundo a associação, pela maior demanda pela indústria brasileira. Em um ano, os preços da commodity subiram 80,7% no mercado doméstico. “No curto prazo, os preços permanecerão em patamares altíssimos, pois a disponibilidade de cafés no mercado interno continua restrita até a entrada da nova safra, a partir de maio”, aponta o presidente executivo da Abia.

No mercado internacional, os preços do café robusta em dólar ficaram estáveis em abril e acumulam alta de 39,7% em um ano, mostra o levantamento da Abia. A associação aponta que a guerra entre Rússia e Ucrânia reflete no mercado de commodities em geral, com impacto nos preços e maior volatilidade no mercado financeiro. “A indústria de alimentos, por sua vez, é afetada pelos custos de suas matérias-primas, por isso a importância em monitorar atentamente as variações do mercado e a disponibilidade de abastecimento destes produtos”, afirmou Dornellas.

Milho em baixa

Por outro lado, o preço do milho, também uma das commodities mais utilizadas pela indústria de alimentos, recuou em abril ante março no mercado interno. A Abia atribui o arrefecimento da commodity à oferta do grão da nova safra que estimula a expectativa em relação à produção e contribui para reduzir as pressões sobre os preços.

De março para abril deste ano, as cotações do cereal recuaram 10,9% no mercado interno e somam queda de 8,6% em relação a abril do ano passado. Dornellas pondera, contudo, que a disponibilidade interna do grão pode ser afetada pela seca que atinge pontualmente o Centro-Oeste e pela chuvas no Paraná.

Já no mercado internacional, os preços do cereal em dólar subiram 3,8% em abril ante março e 29,8% em um ano, base Estados Unidos, segundo relatório da Abia.

“Os preços internacionais seguem pressionados e com grande volatilidade, diante da permanência da guerra na Ucrânia, importante país produtor e exportador da commodity. Outro fator de pressão é o atraso na semeadura nos EUA”, apontou Dornellas.

Além disso, o preço recorde do trigo é fator adicional de pressão às cotações do milho já que são substitutos na alimentação animal, destaca a Abia.

Deixe seu comentário...
Notícias de Coxim e Mato Grosso do Sul. PROIBIDA A REPRODUÇÃO sem autorização. JORNAL COXIM AGORA LTDA. CNPJ: 40.892.138/0001-67 – Últimas notícias de Coxim, Sonora, Pedro Gomes, Alcinópolis, Rio Verde de MT (MS), Costa Rica, Camapuã, São Gabriel do Oeste e Figueirão.
Crédito: Coxim Agora.